Crítica sobre o filme "Verão Escaldante, Um":

Rubens Ewald Filho
Verão Escaldante, Um Por Rubens Ewald Filho
| Data: 05/06/2012

O diretor Garrel se confirma como um dos piores diretores de todos os tempos com este recente trabalho novamente estrelado por seu filho. Será que não é a suprema vaidade colocar um filho seu como protagonista? Ainda por cima parecido com ele! E que em filmes alheios é uma figura interessante, mas controlado pelo pai fica inerte e robotizado.

É difícil não cair na risada e zombar deste outro melodrama romântico de amor, onde Luis Carrel faz um pintor que dizem ser talentoso e que vive há muito tempo com uma atriz de cinema (Bellucci, ainda bela, mas já matrona aos quase 50 anos, inclusive fazendo ainda cenas de nudez). Logo no começo do filme supõe-se que o herói se matou batendo com o carro numa árvore (infelizmente ele escapa e ainda terá falas antes do desenlace).

A história é uma idiotice sem par, onde fala patacoadas sobre o sentido da arte, a futilidade do amor, o sonambulismo e assim por diante. Para complicar, o pintor tem muitos amigos que não apenas frequentam sua casa mas passam a morar com ele, como um casal de desocupados (o rapaz amigo é o narrador da história!), que os acompanham nos bastidores do cinema (será citação de O Desprezo de Godard?), passando por uma longa cena de dança de boate e até mesmo uma aparição como de praxe do avô, ou seja pai do diretor , o ator Maurice Garrel (bem no final).

Esta preciosidade foi louvada pelo Cahiers du Cinema que o colocou entre os melhores do ano comprovando que a revista nada mais tem a ver com os bons tempos da Nouvelle Vague. Um estupor.