Já estreia este fim de semana na América Latina e partes da Europa (França, Bélgica, Suécia) este filme que está previsto para os Estados Unidos apenas 13 de julho. Segundo as novas estratégicas dos estúdios que agora privilegia o mercado estrangeiro, ainda mais com este tipo de produto, que ao menos no Brasil sempre foi um grande sucesso. Até por que o brasileiro Carlos Saldanha continua a assinar como produtor executivo.
É bem verdade que um quarto capítulo já é um pouco de exagero e deixa a gente desconfiado e com certa má vontade. Será que há ainda estória a contar sobre o Scrat ou ele vai continuar a vida inteira correndo atrás de suas nozes? Francamente, neste capítulo sua ação é menos engraçada e por vezes desnecessária, já que é basicamente uma história de fuga da Terra em mudança estrutural e de certa maneira vingança. E não dá para negar, como costumam escrever os críticos hoje em dia, embora até agora não entenda o que eles querem dizer: o filme dialoga com os Piratas do Caribe (maneira delicada de acusá-lo de se inspirar nele!).
Para começar o filme é menos engraçado do que os anteriores. Reprisa os clichês, como aquela bendita cena de perseguição e escorrego na neve, para justificar o uso do 3D. Como novidade tem um número musical no meio que parece extremamente fora de contexto e sem maior razão de ser. Ou é musical, ou não é?! Uma canção apenas ainda mais dublada é muito esquisita, embora haja outra nos letreiros finais e também outra “dialogação” com Madagascar quando bichos tentam fazer coisas voar e dançar, em particular aqueles “sei lá o que são” que formam um pequeno exército que sai marchando (também a piada quando se comunicam através de gestos interpretativos!).
No que podia chamar de história, os heróis de sempre estão fugindo das mudanças climáticas, com o fim das geleiras e surgimento de cordilheiras. A família de Mamutes é separada e a filha tenta escapar (o filme teria mais apelo para meninos, a não ser pela presença desse adolescente mamute apaixonado por um garotão da mesma espécie!). Enquanto o pai e sua turma tentam encontrá-los navegando em um iceberg transformado em navio (essa é a novidade do filme, e por causa desse iceberg eles brigam com os piratas liderados por um macacão!). Resta mencionar também uma velha avó de Sid que acaba se revelando mais inteligente do que pensávamos (será que as pesquisas indicaram que agora é preciso agradar também o público com mais de 70 anos?).
Enfim, é o de sempre só que com menos efeito. Não adianta recorrer a baleias gentis (como em Pinóquio), ou sereias maléficas ou infindáveis sobes e desces porque a fórmula está se esgotando e periga cansar. Felizmente a produtora já anuncia para ano que vem outra animação mais poética e diferente (apresentam o trailer junto aqui com um curta de animação engraçadinho dos Simpsons!).
PS: Também está estreando uma cópia do filme que se apresenta como 4DX, no novo Shopping JK. Para quem não conhece o sistema, eu o assisti e participei no Museu de Cera da Madame Tussaud em Nova York e consiste naquela brincadeira de parque de diversões, tipo Disney World. Ou seja, as poltronas estão munidas de recursos, balançam, de vez em quando jogam água no espectador, dependendo da ação do filme! É engraçadinho para se ir uma vez na vida e normalmente é usado um filme menor, bem mais curto e suportável. Imagino que as crianças devem achar divertido. De qualquer forma eu sempre comento aqui que o cinema nasceu em parque de diversões como Nickelodeon, parece normal que ele retorne a sua origem.