Premiado na Holanda, exibido em Berlim, este filme rodado na Bélgica, é um drama psicossexual, que deve interessar sexólogos e estudiosos do comportamento humano. Não explica o título ao menos na cópia que assisti. Suponho que seja uma forma alegórica de se referir a um fenômeno físico, seria pedesis, o movimento supostamente ocasional, ou seja, causa justificada, de partículas suspensa em fluído, líquido ou gás. O termo é usado para descrever movimentos aleatórios. No caso, serve para descrever o comportamento bizarro da heroína, onde não há aparente justificativa para os atos que comete.
Conta-se a história de Charlotte e Max que vivem com o filho pequeno em Bruxelas (ela é de Berlim e ele não se explica direito, mas parece ser de origem indiana). Seriam casados, felizes, sexualmente compatíveis. Mas sem explicação, Charlotte faz sexo com pacientes do hospital onde trabalha (o que seria eticamente inadmissível), muitas pessoas, homens feios, gordos, velhos ou peludos. Que não tem nada de aparentemente atraente. Assim o marido descobre que ela está levando esses eventuais amantes para um apartamento alugado. Quando descoberta perde seu emprego e tenta a terapia de casal. Mas não consegue dar explicações muito convincentes. O marido, que parece amá-la de verdade, persiste e os dois vão morar na Índia. Os dois parecem ter voltado a serem felizes. Mas volta a suspeita...
Confesso que o resumo e o próprio título tão misterioso acabam tornando mais interessante o filme do que realmente ele é. Em parte porque é muito frio e distanciado, fugindo da emoção (tanto quanto sua heroína, que em momento nenhum dá qualquer sinal de ser gente de carne e osso). A proposta e a situação são interessantes, mas o filme não cumpre nada a que se propõe. Aliás, é tão boa a ideia que alguém devia fazer um filme a respeito. Não este.