Crítica sobre o filme "Homens Preferem As Loiras, Os":

Rubens Ewald Filho
Homens Preferem As Loiras, Os Por Rubens Ewald Filho
| Data: 25/09/2012

Este foi o primeiro papel de estrela de Marilyn. Ela vinha de um grande sucesso que convenceu o estúdio da Fox e trabalhar de novo com um cineasta classe A, Howard Hawks, 1896-1977) com quem já tinha feito um papel pequeno de secretária em O Inventor da Mocidade, com Cary Grant. Hawks era especialista em faroeste (Rio Vermelho, Onde Começa o Inferno e o Último Rio Lobo. Mas também comédias como Levada da Breca e A Canção Prometida.

Um dos grandes musicais dos anos 40 foi Gentlemen Prefer Blondes, com música de Jule Styne e letras de Leo Robin, para o enredo de Joseph Stein & Anita Loos (também autora da novela original de As Mulheres), fazendo de sua estrela original Carol Channing uma figura lendária (ela ainda está viva com mais de 90 anos).

O show mostra as aventuras de Lorelei Lee e a amiga Dorothy Shaw (Yvonne Adair) na cidade grande. O musical faz uma avaliação satírica dos loucos anos 20, sem, no entanto tentar parodiar as músicas e estilos daquela época como fez Sandy Wilson em The Boy Friend.

Carol Channing teve seu primeiro papel principal na Broadway e fez enorme sucesso como a garota “cavadora de ouro” de Little Rock, enquanto Jule Styne teve oportunidade de criar um score musical vivo e agradável, que é lembrado até hoje, principalmente por duas de suas canções, ambas cheias de humor: A Little Girl from Little Rock e Diamonds are a Girl Best Friend (sendo que voltou a moda com a interpretação de Nicole Kidman em Moulin Rouge).

As cenas ocorrem quase que totalmente em estúdio, a bordo do navio de luxo Île de France, onde cavalheiros ricos e bonitões tentam conquista-las. As confusões se seguem Paris, mas naturalmente tudo termina num "happy ending".

A versão cinematográfica foi realizada em 1953 E muda algumas coisas fundamentais, como a amiga que agora é morena (p que justifica o título) com outra sex star de parceira, a simpática Jane Russell,1921-2011, que havia ficado famosa por causa de seu busto grande intensamente promovido pelo produtor Howard Hughes para o filme O Proscrito, ainda nos 40. Inspirado num show da Broadway, o musical foi sugerido pela famosa frase-título, de um livro de Anita Loos.

Poucos se lembram que teve uma continuação malsucedida chamada Eles só se Casam Com as Morenas/Gentlemen Marry Brunettts, 55, novamente Jane Russell e mais Jeanne feita em locações em Paris pelo diretor Richard Sale. E para não mentir houve outra versão de 1828 ainda mudo (o livro era de 25).

O show foi estrelado por Carol Channing, que fazia Lorelei Lee, a loira aparentemente burra, mas que demonstrava uma esperta preferência por diamantes. Tudo passa, até a beleza dizia ela, mas diamantes são para sempre. É a base do famoso número Diamonds are a Girl’s Best Friend, depois imitado por Madonna e Nicole Kidman em Moulin Rouge.

Dois detalhes curiosos: quem faz parte do coro é George Chakiris, que depois ganharia o Oscar por West Side Story. Conta Dulce Damasceno de Britto que este dançarino que Marilyn toca era brasileiro e foi a pedido da jornalista que Marilyn o escolheu, dessa forma, ele ganhava um pouco mais.

A estrela oficial da fita é Jane Russell, que que era considerarada na época o maior busto do cinema. Mas como era boa praça, ela e Marilyn ficaram amigas e não houve rivalidade. Raramente Marilyn esteve tão bonita, fazendo um tipo inesquecível numa fita de muito bom humor.

Jane tem também um famoso número com atletas seminus, com maior cor da pele, que a derrubam acidentalmente na piscina (Is there anyone here for Love?) que os especialistas consideram o número mais gays e kitsch de seu tempo.

Fora Quanto mais Quente Melhor, este é meu filme favorito de Marilyn. Bobinho, mas simpático e engraçado (a coreografia foi grande Jack Cole que geralmente trabalhava com Fred Astaire tendo como assistente a futura estrela da Broadway Gwen Verdon (que, dizem, teria dublado seu traseiro em certa cena de rebolado).

Originalmente comprado para Betty Grable, a Fox achou mais barato usar MM (Betty ganhava US$150 mil, Marilyn US$15 mil). Quando reclamaram que Hakws era lento demais, ele sugeriu três coisas: substituir o diretor e Marilyn, reescrever o roteiro, encurtá-lo.

Havia um número em que as duas estrelas brincavam num parque de diversões foi cortado. Alguns objetos são autênticos do Titanic.

Queriam dublar Marilyn, mas ela resistiu e sua dubladora se ouve apenas frases "no no no" e "These Rose dont look . Their shape".

Também foi feita uma versão em Cinemascope do número só usada depois no póstumo chamado Marilyn.

A Fox queria usar de novo a dupla Jane-Marilyn na comédia Como Usar as Curvas, mas Marilyn não gostou do script, aliás com razão e ele acabou sendo feito com Betty Grable.