Crítica sobre o filme "E Se Vivêssemos Todos Juntos?":

Rubens Ewald Filho
E Se Vivêssemos Todos Juntos? Por Rubens Ewald Filho
| Data: 20/10/2012

Quando eu era jovem, costumávamos brincar com os amigos de que, quando fossemos velhos iríamos todos morar juntos, já que seria difícil naquela altura alguém nos aturar. É mais ou menos esse o ponto de partida desta comédia dramática francesa melhor em concepção do que realização.

Tecnicamente muito malfeito (fotografia ruim, descolorizada, prejudica em particular Jane Fonda, com penteado que não a favorece e ângulos que revelam suas falhas), o filme também não sabe desenvolver roteiros e personagens (ou se tornam repetitivos ou caem em clichês tolos ou ficam superficiais). Nem contar a história. Cai em erros tão primários como cortar de um personagem para ele mesmo, três vezes seguidas, como faz com Daniel Bruhl, aliás, o único jovem do elenco é uma figura absurda, de um estudante alemão que esta fazendo uma pesquisa e fica estudando o grupo!!! Uma coisa que nem um francês iria topar.

A ideia foi reunir atores veteranos num projeto só para eles. Todos aposentados e amigos antigos (não se entra em detalhes sobre o passado a não ser uma piada sobre uma infidelidade cometida 40 anos antes). Geraldine Chaplin e Guy Bedos (comediante famoso na França) são donos de uma confortável casa de subúrbio (na Grande Paris) e generosamente se oferecerem para deixar morarem lá os amigos que estão tendo dificuldades (não se fala como se divide o dinheiro, ou qual a condição financeira deles, ou mesmo o que fazem com o boi inteiro que compram e assim por diante...).

Enfim, vão morar lá Pierre Richard (outro humorista) que está perdendo a memória e sua mulher Jane Fonda (que não quer tratar do seu câncer e faz preparativos para o enterro) e ainda o viúvo Claude Rich (seu maior drama é não poder usar Viagra com as prostitutas, outro ponto dramático que não é levado adiante).

Ao ser analisado é que se percebe como esta foi uma boa ideia muito mal realizada e onde nem o ilustre elenco consegue brilhar.