Crítica sobre o filme "Jack - O Caçador de Gigantes":

Rubens Ewald Filho
Jack - O Caçador de Gigantes Por Rubens Ewald Filho
| Data: 29/03/2013

Produção luxuosa, elenco eficiente, efeitos competentes, mas tudo isso resulta numa aventura apenas razoável.

Havia nos EUA certa expectativa pelo resultado de bilheteria desta aventura em 3D que teria custado perto de 200 milhões de dólares (195 milhões dizem), mas que rendeu até agora apenas 54 milhões, que mal lhe pagam as copias e marketing. Não sei ainda o resultado do exterior, mas quando João e Maria se defende (e é ainda pior), fica difícil fazer previsões. O fato é que a origem é uma história infantil João e o Pé de Feijão que era bem mais simples e ingênuo, que rendeu nos anos cinquenta uma comédia colorida com Abbott e e Costello e também um especial de teve de 67, Jack e os Feijões Mágicos, com Gene Kelly como diretor e protagonista.

O roteiro toma toda sorte de liberdades (mas faz uma citação rápida da Harpa que em outras versões tem importância). Na verdade, o filme é perfeitamente assistível, consumível ainda que mediano e previsível.

É muito ajudado pelo elenco de apoio que traz o bom Stanley Tucci como o vilão, o simpático Ewan McGregor como o cavaleiro fiel e a bela e ainda pouco conhecida Eleanor Tomlinson como a princesa. Quanto ao Jack, o garoto Nicholas Hoult que esteve tão bem em Um Grande Garoto (quando era pequeno), depois em Direito de Amar e recentemente em Meu Namorado é um Zumbi fica num meio termo. Não chega a dominar com o filme, nem impressionar, nem para o bem, nem para o mal.

O mesmo se pode dizer do diretor Bryan Singer que faz um trabalho correto, mas inexpressivo .Ele se revelou em 95 com o suspense Os Suspeitos, fez dois filmes da série X men (e volta agora com mais outro), mas também se desgastou com filme menores como Operação Valquíria e Superman O Retorno! Este é dos mais descartáveis.

Desnecessário mesmo fazer um resumo. Jack é um modesto homem do campo que trabalha para um tio e não tem grandes ambições. Mandado pelo parente para vender um cavalo num mercado, se encanta por uma moça que não sabe que é a bela princesa do lugar. Retorna para casa apenas com alguns feijões que lhe foram dados por um monge, sem imaginar que eles são aqueles que irão crescer rapidamente e abrir a passagem para a escalada (ou descida) para encontrar os Gigantes, um raça belicosa que há tempos vive lá no alto, aparentemente nas nuvens ou coisa parecida (não se esqueçam que é fantasia e que na trama original era apenas um gigante! Não uma tribo inteira!). E assim da noite para o dia cresce a arvore levando a casa e a princesa em fuga do noivo ambicioso. Resta então a Jack ir salva-la no que será uma aventura extremamente elaborada cheia de idas e vindas e diversas e complicadas batalhas (a última já em terra firme). Parece que há referências a David e o Golias e mesmo Star Wars (com Ewan repetindo duas vezes uma frase que ele usou na série, tenho um mau pressentimento sobre isso!).

O filme teve o cuidado de não ser para crianças, mas puxou a censura para os 12, 13 anos, com algumas cenas mais violentas.