Crítica sobre o filme "Velozes e Furiosos 6":

Rubens Ewald Filho
Velozes e Furiosos 6 Por Rubens Ewald Filho
| Data: 24/05/2013

Estamos com sorte, a temporada deste ano de blockbusters está chegando com tudo e em plena forma. Depois do cinco estrelas Homem de Ferro e do cinco estrelas Star Trek Além da Escuridão (cuja estreia oficial é só dia 14 de junho), chega o melhor filme da série Velozes e Furiosos até agora. Embora eu não aprecie especialmente a série (e deve ser a única das franquias de ação que não tenho em Blu-ray), não há porque ser mal humorado e não curtir este filme super movimentado, que lembra os filmes de James Bond da época do Roger Moore quando não havia tanta necessidade de se fazer cenas de ação que fossem criveis e verossímeis, valia tudo, era uma brincadeira e uma fantasia. Que culminava como agora com o aplauso e o riso da plateia satisfeita! 

É assim que pensaram os realizadores deste sexto capitulo (quem diria que a série duraria tanto!) que rendeu muito no filme anterior que foi parcialmente rodado no Rio (devem ter gostado porque há meia dúzia de citações da cidade e das mulheres e suas belezas). Ou seja, o forte dos filmes anteriores nunca foi a lógica ou o realismo. É uma aventura de ação e pronto. Só acreditar que Vin Diesel seja um astro já é um desafio a qualquer bom senso!

Enfim, o roteirista Chris Morgan tem acertado desde Desafio em Tóquio (ele fez também o bom O Procurado com Angelina Jolie) e aqui aplica as técnicas de Hitchcock aqui. De tal maneira que, o que ele denominava de “McGuffin” é aquela parte do enredo que tem que existir para segurar a trama (aqui é um terrorista britânico Shaw que promete explodir e matar para ficar com poderosos segredos não se entendem muito bem para que servem, aparentemente para desligarem todos os geradores de força por 24 horas!). No fundo esse papo todo embora acione a trama na verdade não é fundamental. O importante mesmo é outro aspecto da história, o romance, a Love story entre Vin Diesel (como Dominic Toretto) e sua desaparecida e sempre amada e muito, masculina Letty Ortiz (provocando o retorno de Michelle Rodrigues que é a verdadeira atração do filme, já que ela havia sido dada como morta!). Ou seja, a grande força dramática do argumento é o retorno de Letty, que teria perdido a memória e está trabalhando para um terrorista e naturalmente participando de rachas (ainda que em Londres!). É isso que faz Toretto aceitar a missão que lhe foi oferecida pelo agente do governo Luke Hobbs (Dwayne) assim como todos seus amigos do grupo de ladrões e parceiros (eles ficaram muito ricos e vivem em diferentes lugares do mundo depois que o roubo carioca lhes rendeu cerca de 100 milhões de dólares). Dali em diante o filme não para mais. Na verdade, devia ganhar algum prêmio como o que tem melhor cenas e tomadas de helicóptero. A câmera está sempre se movimentando não na mão, como se tornou banal, mas de carrinho, em deliciosos travellings, realizando verdadeiros e estilosos malabarismos.

Já começa com ação, mas é no final que a coisa realmente explode com alguns momentos inéditos, aliás, com uma cena que pela lógica deveria ter constado de Argo, se os árabes quisessem realmente impedir a partida da nave. É um avião bandido (aparentemente russo, aliás, é lá que o filme começa. Na verdade, as locações foram feitas nas Ilhas Canárias, Tenerife na Espanha, e basicamente Londres, Escócia. Liverpool). Enfim, a quadrilha de ladrões do Bem se une e começa a amarrar seus carros e afins no avião que está tentando levantar voo. É uma sequência longa, absurda e bem feita, mas eletrizante (a mais louca é com um tanque de guerra em ação numa auto-estrada!). e na conclusão, temos um outro atentado em Tóquio que serve para apresentar o ator que fará o vilão da próxima aventura! 

Tem algumas coisas a chamar a atenção, entre elas Jordana Brewster que faz a mulher do apagado Paul Walker. Como se sabe ela é filha de americano com modelo brasileira (de origem portuguesa) Maria João que era ainda mais bela que ela! Está também na nova versão da novela Dallas na teve! Outra figura interessante é Gina Carano, que foi lançada como estrela por Steven Soderbergh no malsucedido “A Toda Prova” que na verdade é campeã de várias lutas e famosa por sua atuação na MMA. (Por isso mesmo ela e Michelle tem uma complicada e bastante realista luta no metrô!). Enfim, ela tem um papel forte e aqui não se importa de parecer gordota e nada sofisticada. Custei a identificar o vilão Luke Evans que naturalmente é britânico e tem aparecido em tudo que é filme de ação (Os 3 Mosqueteiros, Fúria de titãs onde fez Apollo, O Corvo, Os Imortais e os dois próximos Hobbits!). Concluindo: apertem os cintos e divirta-se. Boa diversão.