Crítica sobre o filme "Reino Escondido":

Rubens Ewald Filho
Reino Escondido Por Rubens Ewald Filho
| Data: 17/05/2013

O mundo do cinema e os lançamentos andam tão malucos que ainda não nos acostumamos com a lógica, de que filmes americanos são lançados antes no exterior do que em seu próprio território. E que, ao dizem alguns blockbusters serão atrasados para não pegarem a concorrência da Copa das Federações (acho péssima ideia, vai haver uma invasão de cópias piratas e não acredito que as pessoas enlouqueçam desta feita, acho que há lugar para tudo neste país tão diversificado). Enfim, este filme aqui não foi lançado nos EUA (só dia 24 de maio depois de toda a América Latina e até França), mas não parece propenso a fazer uma longa carreira (já que é longo demais, crianças não vão suportar tanto tempo. Embora o filme seja extremamente bonito e caprichado, a nova produção da Blue Sky que já tras um avant trailer (aliás, muito simpático) de Rio 2 (para 2014).

O diretor Chris Wedge não deixou muito boa lembrança com seu solo em Robôs (2005), mas ele é o principal criador por trás da Blue Sky, Ganhou o Oscar de curta por Bunny (1999), foi indicado para a Era do Gelo (02), que depois virou uma franquia e onde o brasileiro Carlos Saldanha (que é apadrinhado por ele) foi co-diretor. Justiça seja feita, o filme não poderia ser mais caprichado. A textura da imagem (em especial em relação a plantas), a qualidade da animação, a mensagem do enredo, tudo é de primeira linha Não saiu aqui em versão ao menos até onde eu soube com versão original então não adianta ficar adivinhando de quem são as vozes. Eu tinha certeza que a rainha da floresta tem a cara da Uma Thurman, mas parece que a voz é da Beyoncè (acho que a intenção é torná-la negra, mas o que resultou é no máximo uma morenice). Amanda Seyfried faz a heroína feminina, Colin Farrell faz o guerreiro Robin- na nossa versão Daniel Boa Ventura parece ter encontrado um veículo perfeito para seu talento vocal – Joss Hutcherson o mocinho).

Indicado para meninas e meninas, tem romance, flores, floresta para satisfazê-las e bastante ação e lutas para os meninos. Alguns mal-humorados reclamam que lembram um velho Desenho (Ferngully) e o mundo em miniatura de Luc Besson no pouco visto aqui Arthur e Minimoys, mas é baseado em livro de William Joyce, que foi em grande parte reescrito para a tela.

Conta a história de uma adolescente M.C. que retorna para a casa no meio de uma floresta onde vão reencontrar seu pai que dedicou a vida a estudar um povo minúsculo que viveria na floresta. Ele vive com um alivio cômico, um cachorro zarolho e sem uma perna! Depois essa função passará para duas outras, um caracola e uma lesma. A julgar pelos trailers das animações previstas para breve, outros filmes do gênero descobriram esses bichos e seu potencial de humor!). Não há surpresa em ver que o pai da garota tem razão e realmente existe o povo da floresta e em particular os Homens Folhas, guerreiros que enfrentam os eternos inimigos que querem o lutar destruído e apodrecidos e voam em morcegos (os mocinhos em pássaros). O problema é que a Rainha do Lugar morre depois de um ataque inesperado, mas ao menos tem o tempo de escolher sua sucessora, a partir de um botão de flor. E dali em diante temos uma longa aventura cheia de idas e vindas, altos e baixos, por belos momentos, mas tudo é excessivo e acaba por cansar. Também não é tão épico quanto seu título original faz supor. Ainda assim foi agradável de ver (e observando os trailers cada vez acho mais sem graça o resultado do “Universidade Monstros”. Será que a Pixar errou de novo?).