Este é um caso curioso que vem reescrever as regras das continuações. Antigamente elas eram só feitas quando o filme rendia muito e garantia o retorno, mas o primeiro Percy e o Ladrão de Raios, 2010 teve uma bilheteria mundial de 226 milhões, nada muito brilhante, mas o suficiente para seu produtor Chris Columbus (ou seja o que fez os dois primeiros filmes de Harry Potter!) tentar de novo, já que detém os direitos de adaptação da série de livro de Rick Riordan que naturalmente surgiram como replica americana a Harry Potter com um herói adolescente que é descendente dos antigos deuses gregos do Olimpo, o que lhe dá amplo acesso a toda a mitologia grega. Na direção colocou Thor que é especialista em filmes infantis como Diário de um Banana, Hotel bom pra Cachorro. E manteve no papel principal, Logan era ator infantil antes (Os Indomáveis, Número 23) não convenceu no primeiro filme, nem como D’Artagnan em Os Três Mosqueteiros em 3D, mas se sai bem depois em As Vantagens de ser Invisível, mas se o filme original estava lotado de estrelas (como Pierce Brosnan, Susan Sarandon) desta vez resolveram economizar num elenco menos famoso e com10 minutos a menos na projeção.
O que eu não sabia é que existia em São Paulo um fã clube de Percy (que tem se reunido e eram mais de 700 pessoas no último evento) o que deve ajudar este filme que achei melhor que o original. Mais rápido, melhores efeitos especiais (as criaturas como o touro, o próprio Kronos, mas nem tanto o jovem ciclope irmão, melhor dizendo meio irmão do herói, com seu único olho meio arrevesado, nunca conseguindo uma solução satisfatória). Acho mesmo a história melhor contada. Ainda que tenha me deixado confuso. Achava que Poseidon era o senhor das águas, mas apenas do mar, não de lagos como aparece no filme. Enfim, tudo começa explicando como é a proteção do campo dos semi-deuses (causado por intervenção miraculosa de uma garota que morre ao fugir dos ciclopes) e o nosso herói encontrando Tyson, um adolescente bom caráter cuja mãe foi uma ninfa do mar, e que funcionara como alivio cômico (tem os que o acham desajeitado e traidor, outros pensam que ele seria bondoso e como o filme pretende, se faz o louvor da família! Coisa difícil de engolir quando tem pais como os deuses do Olimpo sabidamente famosos por procriarem a torto e a direito com os humanos!
Enfim, aqui Percy tem que ir atrás do lendário velocino de ouro que é desejado pelos revoltados para dar vida a Kronos, mesmo que o custo seja destruir a Terra e o Olimpo. De qualquer forma temos uma luta num iate chique e moderno, uma ponta divertida de Nathan Fillion como o Deus Hermes disfarçado (onde se aproveita para fazer um merchandising descarado de uma firma de entregas imediatas), uma visita a região das Bermudas (o Mar dos Monstros também é conhecido como o Triangulo das Bermudas!). E as presenças fotogênicas das meninas, Annabeth, filha de Atenas (Alexandra Daddario) e Leven Rambin (de Jogos Vorazes), filha do Deus da Guerra. Enquanto isso Anthony Head, herda o papel do mentor. Centauro e Stanley Tucci chamado de Mr. D (que é dos poucos alívios cômicos). Logan Lerman não mudou muito de filme para filme (embora sua voz esteja surpreendentemente profunda).
Sem ser exatamente um blockbuster, Percy me pareceu uma divertida aventura adequada também para crianças e jovens. Não é Harry Potter, mas dá bem para o gasto.