Famoso como a primeira grande adaptação de um romance do famoso escritor Salman Rushdie, adaptada por ele mesmo, pela conhecida diretora indiana Deepah Mehta, que foi indicada ao Oscar de filme estrangeiro por As Margens do Rio Sagrado, 05, e tem ousado quebrar tabus do cinema local como em Fogo e Desejo,96). A ponto de ser chamada de A voz da Nova Índia. Rushdie nasceu na Índia de família islâmica, mas é ateu, mas desta vez ela não deu sorte, em parte porque o livro é longo e confuso, misturando fatos reais e históricos como o realismo fantástico. De tal forma que se torna praticamente impossível de se entender, caso seja apenas um espectador casual que nunca ouviu antes falar direito das questões políticas da Índia e Paquistão, que até hoje estão em Guerra, provocadas sem dúvida por uma divisão religiosa, porque no Paquistão estão os islamistas (que na verdade foram obrigados a se mudar para lá, forçados pelos ingleses quando deixaram a região!). Não custa lembrar também que Rushdie teve que fugir porque foi condenado a morte pelos fanáticos religiosos que se sentiram ofendidos com livro anterior dele e durante anos ele teve que se esconder e ainda anda junto com proteção policial. Mesmo para fazer este filme houve dificuldades enormes e acabaram rodando no Siri Lanka, assim mesmo com problemas. Aliás, é o próprio Rushdie que faz a narração da história.
O romance ganhou o prêmio Man Booker Prize em 1981, que é dado por cidadãos da Commonwealth. O filme é coprodução entre Canadá e Inglaterra. A recomendação histórica continua valendo. É bom pesquisar antes para conseguir seguir os fatos históricos que vão rolando. É sobre um velho que relembra sua vida, começando por seu avô, um médico educado na Europa Aadam Aziz (Rajat Kapoor) que conhece a futura avo em 1917 e que se revela como uma pessoa de força de vontade dando-lhe 3 filhas. Uma delas Muntaz se envolve com refugiado político (eles se casam, mas divorciam e ela se casa com outro, que lhe mudam nome para Amina e a leva para Bombaim. Está comprando uma casa vitoriana de um cidadão inglês que está deixando o país (o único ator para nos conhecido que é Charles Dance), que vai se tornar independente em 15 de agosto de 1947 (ele seria descendente do cara que planejou a cidade, mas isso não vem muito ao caso).
Paralelamente conhecemos dois atores de rua e Vanita está grávida sendo que ela e Amina irão dar à luz justamente naquela noite onde todos celebram a independência. Só que a enfermeira de ambas mães resolve aprontar uma brincadeira troca os dois bebes do sexo, masculina, assim o pobre irá crescer rico e vice-versa. Está com cara de telenovela, pois é, isso já aconteceu por lá mesmo. Assim crescem mal o rico agora criado na rua é desajeitado e o outro revoltado e lutador. Ambos não saberão conduzir direito sua vida e seu destino.
Acho que não é o caso de descrever mais a história. Basta dizer que o filme é feito com bastante produção, mas não sabem o que fazer dos poderes especiais que os dois adquirem. Não se tornam Avengers ou coisa que o valha, na verdade o recurso é mal explicado e mal resolvido. De tal maneira que por mais boa vontade que se tenha consegue cansar e até irritar (com duas horas e meia de projeção). A Índia é um país difícil de se compreender e aceitar com seu sistema de castas. Este filme não ajuda nada.