Não assisti a versão original Mexicana que passou aqui com o mesmo nome (com a diferença é que no México o título tinha outro significado já que se referia também a uma campanha local de auto-orgulho!), mas foi feita por Jorge Michel Grau e contava basicamente a mesma história (mas era o pai que morria no começo e não a mãe, tudo ficava por conta das crianças). O mesmo roteiro serve de base, mas foi muito modificado pelo diretor Mickles (Stake Land, amanhecer violento, 10, Mulberry Street Infecção em Nova York, 06). Não me parece que para melhor porque aqui tudo tem qualidade: a fotografia é boa, a produção parece cuidada e até o elenco tem nomes famosos de antigamente (Parks faz um policial, ele foi o Adão de A Biblia de John Huston e voltou com Tarantino, Kelly McGillis foi a heroína de Top Gun), mas o filme não chega a provocar qualquer susto, surpresa ou mesmo horror.
Começa no meio de uma tempestade quando vemos uma mulher morrer de alguma doença esquisita. Seu marido informa as crianças, um menino pequeno ainda (a melhor cena é quando ele começa a chupar um dedo de Kelly e depois o morde, dando a dica que já tínhamos percebido, eles são todos canibais). Assim as duas garotas loirinhas terão que assumir a alimentação da casa, ou seja, matar e descarnar os visitantes, geralmente garotas jovens. O resumo fala que a chuva ameaça revelar a verdade, mas não é bem isso que acontece. Dali em diante, vamos acompanhando o comportamento anormal da família, que são cristãos devotos, mas o filme não sabe explorar direito os outros possíveis pecados (como incesto) limitando-se a algumas visitas ao porão onde há ainda prisioneiros/vítimas. Como nenhum personagem é bem desenvolvido, o espectador simplesmente não se envolve ou se interessa. E o final mais ou menos inesperado também não acrescenta muito.