Assim que perceberam que este filme não tinha chance em concorrer nas categorias principais do Oscar® a distribuidora Sony resolveu lançá-lo no Brasil apenas em Home Video. O que hoje em dia significa condenação ao exílio (ninguém vai tomar conhecimento). Mesmo assim tem sua última chance porque foi indicado ao Oscar® de canção com a música, Ordinary Love, que foi composta por Bono, The Edge, Adam Clayton, Larry Mullen Jr, que já ganhou o Globo de Ouro da categoria. E tem sem dúvida chance de ver, já que U2 tem legião de fãs fieis (concorreram antes por The Hands that Build America/Gangues de Nova York em 2003, mas não levaram).
Embora pudesse ter sido ajudado pela morte recente de Nelson Mandela aos 95 anos, quando estava estreando nos EUA, o filme longo (duas horas e 19 minutos) não pegou por lá (a renda foi 8 milhões de dólares e mais 15 no exterior). Imagino que também por excesso de competição, com os especiais e noticiários de TV.
Além disso, este filme de Justin Chadwick (branco, que fez A Outra, ele substituiu Tom Hooper de O Discurso do Rei previsto antes para o projeto) apresenta como protagonista um excelente ator britânico, Idris Elba (cuja família veio de Sierra Leone que estrela a boa série policial britânica Luther!). Até o próprio Idris admite que não se parece nada com Mandela e não faz o menor esforço para isso. Também o roteiro é extremamente convencional sem nenhuma novidade. Apenas contando sua longa trajetória desde quando era criança numa vila do interior, até ser eleito e tomar posse como o primeiro presidente negro da África do Sul. Naomie Harris faz sua polêmica e agressiva mulher Winnie (muito deixa de ser comentado sobre ela).
Contam que o projeto levou 16 anos em gestação, passou pelas mãos de Denzel Washington e teve 50 versões de roteiro. Outro detalhe: já houve ao menos duas outras biografias dele recentes, Invictus (09) de Clint Eastwood com o muito parecido Morgan Freeman e Mandela (Goodbye Bafanag, 07) com Dennys Haysbert. Esta ficou longe de ser a definitiva.