Crítica sobre o filme "Duas Vidas":

Rubens Ewald Filho
Duas Vidas Por Rubens Ewald Filho
| Data: 25/11/2014

É um prazer ter de volta a magnífica atriz bergmaniana Liv Ullman depois de uma ausência de alguns anos onde se dedicou a dirigir (seu ultimo trabalho com Bergman foi Sarabanda, 03). Não é preciso repetir que a considero a melhor atriz de cinema de todos os tempos (próxima a Vanessa Redgrave) e alguns contatos pessoais com ela só fiquei ainda mais apaixonado pela sua sensibilidade e encanto.

Talvez se fosse exigente o filme não mereça Liv, já que nem faz a protagonista numa co-produção entre Alemanha e seu pais natal a Noruega. A história acontece em 1990, quando caiu o muro de Berlin. Katrine (Juliane Kohler conhecida por A Queda, Lugar Nenhum na Africa, Aimée e Jaguar) que cresceu na Alemanha Oriental, está vivendo na Noruega há mais de 20 anos, como órfã de guerra. Resultado do romance entre uma norueguesa e um soldado alemão nazista do exército de Ocupação da Noruega durante a Segunda Guerra Mundial.

Katrine tem uma vida normal e bastante feliz, com sua mãe, seu marido, filha e neta. Mas tudo desmorona quando um advogado pede para ela e sua mãe testemunharem contra o governo da Noruega lutando a favor dos filhos da Guerra. Mas ela resiste por causa do escândalo. Seria difícil romper a barreira de silêncio que esconde antigos segredos de que ninguém mais quer ouvir falar. Finalmente tem que tomar uma posição: manter a vida de sempre ou assumir que tudo foi baseado numa Mentira.

Infelizmente o papel de Liv é relativamente pequeno e lhe exige pouco, a não ser por uns poucos textos já ao final. Não sei também se com tantos dramas mais recentes ou atuais de crimes semelhantes ou muito piores, esta história ainda vai encontrar muita ressonância com as espectadoras (ainda que tenha sido feito profissionalmente). Eu fiquei com vontade de ter mais Liv em algo mais significativo.