Crítica sobre o filme "Sem Direito a Resgate":

Rubens Ewald Filho
Sem Direito a Resgate Por Rubens Ewald Filho
| Data: 19/02/2015

Não conheço o diretor Daniel que dirigiu os desconhecidos Goodbye Baby (07),  Supporting Caracters (12). Também é roteirista (acrescente também The Big Bad Swim, 06, dirigido por Ishai Setton). Este projeto esteve na Fox em 1986 com Diane Keaton no papel principal mas acharam que lembrava demais Por Favor Matem minha Mulher (Ruthgless People, 86) que foi feito com Bette Midler, mas na verdade é inspirado num clássico do conto americano que foi escrito pelo lendário O. Henry e depois disso inúmeras vezes copiado: chamava-se The Ramson of the Red Chief, quando fez parte do filme de contos chamado Páginas da Vida (50).

De qualquer forma uma boa história não se despreza, porque pode ser reaproveitada, como fez o excelente escritor Elmore Leonard (no seu livro Switch, 1925-2013). Dele não é preciso lembrar que escreveu Jackie Brown (Tarantino), Irresistível Paixão (George Clooney), Os Indomáveis (3.10 to Yuma), e assim por diante. Mas nada se pode fazer sem talento e depois de ter participado deste projeto, Jennifer Aniston deve ter ficado abalada porque bem que podia ter passado sem esta (ainda mais que voltou agora com o drama Cake, que lhe deu indicações a prêmio e no qual se sai bastante bem). Não posso dizer o mesmo onde ela tem a infelicidade de interpretar uma megera, porque é a única forma de dar certo a história.

Dois bandidos incompetentes sequestram a mulher de milionário corrupto planejando  em pedir um milhão de dólares de resgate. Naturalmente ele tem amante e nenhum interesse em pagar coisa alguma, podem ficar com ela. E claro que a jovem megera assume o comando da quadrilha e parte para a vingança, já que sabe de todos os podres. Acho que o Silvio de Abreu saberia fazer, se já não fez alguma vez, uma grande novela em cima dessa situação (que lá dura uma semana), mas enfim precisa ter timing, talento e coadjuvantes competentes. Por respeito ao autor o filme não foi tão destroçado quanto deveria, mas é porque nem se deram ao trabalho de rir com a versão de Bette Midler que ainda deve circular.