Crítica sobre o filme "Dumbo":

Rubens Ewald Filho
Dumbo Por Rubens Ewald Filho
| Data: 28/03/2019

A primeira coisa que me impressionou nesta nova versão de Dumbo é sua escuridão. Cheguei a tirar os óculos e verificar se era culpa minha ou resultado do estilo sombrio do senhor Tim Burton. Do qual estilo por sinal ele usou e abusou diversas vezes com resultado irregular. Curiosamente a coisa mais bonita do filme atual é justamente a escolha que ele fez de dar uma papel principal para uma atraente e por vezes fascinante atriz francesa que vem a ser Eva Green (conhecida como filha da atriz Marlène Jobert, que foi estrela por lá nos anos 60 como O Passageiro da Chuva, O Astrágalo, Alexandre o Felizardo e chegou a ter 48 créditos). Eva tem tido sua chance em filmes como 007 Cassino Royale, a série Penny Dreadful, Os Sonhadores de Bertolucci, Baseado em Fatos Reais de Polanski, O Lar das Crianças Peculiares, também feito por Tim. Mas nunca esteve tão bonita e charmosa quanto aqui (ele parece ser vilã mas vai mudando e se tornado uma ousada aventureira que gosta do aventureiro Colin
Farrell - pai de crianças e sem um braço).

Também faz falta uma trilha musical mais intensa e mais adequada para crianças. Não se repete a simplicidade do original, a ajuda dos amigos, a ingenuidade de todo o filme enquanto aqui lembra-se mais de outros anteriores filmes de circo, no estilo O Maior Espetáculo da Terra de Cecil B. De Mille ou Doris Day em A Mais Querida do Mundo,62, onde ela trabalhava num grande circo (alias é um grande musical) e com o elefante esse sim chamado de Jumbo! Ou seja, sua ingenuidade hoje morta, ate porque os grandes circos do passado se fecharam, não existem mais as danças, paradas e brincadeiras de antigamente (inclusive foram eliminados há poucos anos atrás!). O fato é que o pequeno “Jumbinho” está sempre com seus delicados olhos azuis e imensas olheiras, que ele usa para voar (claro que depois de muito problema com isso!). Desculpem os possíveis fãs, mas é muito mais encantador e faceiro toda a saga do antigo Dumbo, sua mãe era mais evidente, e não será necessário inventar deus sabe da onde surgindo do “sem mais nem menos” um promotor maldito (um momento infeliz para o Michael Keaton, que está com uma peruca branca e não acerta nenhum momento quando tenta ser o vilão mau, que acaba fazendo um monte de besteira sem lógica ou sentido!). A única coisa que ajuda ele é o fato de que escalaram para aparecer no filme a essa altura dois grandes e humanos veteranos, o Danny De Vito, e o querido Alan Arkin.

Ainda assim as danças, as pseudo coreografias, os poucos truques, tudo é secundário perante a única coisa que seria importante sendo a figura de Dumbo e resolver logo seus probleminhas (num set gigantesco demais!). Chega a ser ruim? Digamos que errado, eu espectador quero ver o Elefante voador e não as cenas sombrias do picadeiro mal resolvido. E por favor da próxima vez acendam as luzes, que brilhem as estrelas e explodam um pouco mais de luz!