Tomara que o público se interesse por este novo filme brasileiro que não é exatamente uma comédia, mas tem humor e uma história que impressionou, de tal forma que foi premiado no Festival de Paulínia 2014 como melhor roteiro, melhor ator coadjuvante para Marcello Novaes, melhor atriz coadjuvante para Clarissa Pinheiro e o prêmio Especial do Júri para o diretor Fellipe Barbosa. Já no Festival de Palmares, em Toulouse, ganhou três prêmios: Prêmio de público, prêmio de crítica internacional (FIPRESCI) e prêmio de crítica francesa. Exibido no Festival de Rotterdam e Festival do Rio. Foi premiado também no Laboratório de direção e roteiro de Sundance.
Talvez seu tom seja muito carioca para o “estrangeiro” mas sua narrativa me pareceu mais francesa, com um tempo narrativo menos rápido, mas sem faltar critica social. O herói do filme é um rapazinho bem adolescente, Jean de 17 anos (Thales), que estuda num colégio muito tradicional do Rio, o São Bento. Os planos mais memoráveis são justamente o de abertura, a câmera esta na altura da piscina da casa grande, quase uma mansão de bairro bom, não fica bem claro qual. Alguém esta passeando pela casa e desligando uma a uma as luzes, possivelmente porque a luz já naquela época estava muito cara! E a cena final, que serve justamente para o pôster do filme Jean sentado na janela pensando na vida, depois de ter sua primeira transa...
Curiosamente é um filme de baixo orçamento com cerca de 50 atores no elenco, um set elegante e cuidado. Que de certa maneira fala de todos nós, que ao menos neste momento, estamos apertando o cinto e tenta sair da crise financeira sem muito sucesso, mesmo porque não depende somente de nós. É curioso que o filme tenha tido a sensibilidade de mostrar esta classe média alta sufocada, sem ver saída. Acho isso muito bom, o filme que é sobre alguém, justamente o espectador médio. O diretor é jovem e bom representante de uma geração que começa a florescer. Experimente.