O diretor Crowe é cult porque alguns de seus filmes são lembrados com carinho, como Jerry Mc Guire - A Grande Virada (96), Quase Famosos (2000) e sua estreia em 89 com Digam o Que Quiserem (Say Anything) com John Cusack e em menor escala Vida de Solteiro, 92. Mas também tem errado com frequência, com o incompreensível Vanilla Sky, 01, Tudo Acontece em Elizabethtown, 03 e Compramos um Zoológico ,11, todos eles descartáveis.

Sua reputação volta a ser novamente comprometida com esta comédia dramática que ele rodou no Havaí e foi muito criticada pelos locais que afirmavam que dava uma visão errada do Estado e usava mal o titulo que é uma saudação local. Além de colocar a loiríssima Emma Stone com sangue de havaiano (o próprio diretor depois se desculpou, assumindo a culpa). Francamente nesse ponto eles piraram porque o filme não tem essa pretensão de fazer uma análise do Havaiano e, na verdade, toma a defesa do povo (e também das Forças Armadas) contra a exploração do Big Business (representado por Bill Murray!). E o tema secundário é a exploração do espaço e a interferência que os muito ricos tem nessa indústria. Não vou entrar em detalhes para não a surpresa, mas mesmo esse assunto é tratado apenas na parte final e de forma superficial. A maior parte de sua ação é centrada no ator do momento, que até ao Tony do teatro estava indicado, Bradley Cooper, que aparece com sua simpatia, brilhantes olhos azuis e falta de profundidade. Na verdade, o elenco é a melhor coisa fazendo com o que o herói seja disputado por duas garotas, Rachel McAdams (papel sem graça, mas ela está encantadora) e Emma Stone (também em papel ingrato). Fala-se demasiado no filme, que também não se aprofunda em política nem chega a dar maiores insight do fotogênico Havaí.

Parece que Ben Stiller e Reese Whiterspoon iam ser os protagonistas, mas largaram o projeto e Crowe passou 4 anos reescrevendo o script para gente mais nova. Mas não deu certo. Foi uma grande decepção de bilheteria nos EUA até porque não é um filme barato. Que pena, outro diretor de primeira linha que se perdeu.