Crítica sobre o filme "Minha Irmã":

Rubens Ewald Filho
Minha Irmã Por Rubens Ewald Filho
| Data: 15/06/2015

Chega já com bastante atraso este filme que representou a Suíça no Oscar de filme estrangeiro, ganhou um Urso de Prata em Berlim, foi indicado ao César de ator revelação, ao European Film Awards, ao Independent Spirit, e três prêmios na Suíça (roteiro, ator e filme). Embora eu o tenha visto quando concorreu ao Oscar (e o revi de novo) é interessante como é um dos raros que ficou marcado na minha memória, a história me comoveu e interessou. A diretora Meier nasceu na França, e já fez nove filmes entre curtas e longas, que não passaram por aqui (um deles chamado Home parece muito interessante sobre cidadezinha esquecida que muda quando reabrem uma estrada). Antes de ficar tão famosa, o principal papel feminino é feito por Léa Seydoux, do notório Azul é a Cor Mais Quente.

A história se passa numa estação de esqui na Suíça (embora as imagens sempre fujam do turístico) onde um garoto, Simon aproveita para roubar os turistas, levando esquis, botas, luvas, que depois revende para poder sustentar sua irmã mais velha e irresponsável, que alterna namorados e empregos, sem ter uma razão de ser. O irmão com 12 anos, cozinha, faz limpeza, sabe cuidar de equipamento de esquis, mas vive sempre a um passo de ser pego ou castigado ou coisa pior. O filme é basicamente isso a vida de duas criaturas sem futuro, perdidas, se desencontrando. Curiosamente o que podia ser um filme sem atrativo resulta numa história humana, original e até mesmo tocante.