Crítica sobre o filme "Cidadão do Ano, O":

Rubens Ewald Filho
Cidadão do Ano, O Por Rubens Ewald Filho
| Data: 17/06/2015

Embora tenha sido premiado (como melhor ator e diretor em Austin, concorreu em Berlim) este não seria propriamente um filme de arte, mas um thriller policial norueguês inusitado e muito bem realizado por um cineasta Hans Petter Moland, que não sei como não está trabalhando para Hollywood como tantos conterrâneos (seus trabalhos vistos por aqui são apenas Zero Kelvin Sem Limites, 95 e Uma vida Nova/Beautiful Country, 04, sobre família vietnamita que emigrou para os EUA). E estrelado por um competente ator habitual de seu grupo, Stellan Skasgaard, que está com frequência nos EUA (Vingadores Era de Ultron, Cinderela).

Mas faço questão de recomendar este filme interessante, diferente e que prende sempre a atenção, inclusive por causa de sua paisagem para nós inusitada, já que a profissão do protagonista premiado como cidadão do ano (o que no filme passa batido) é condutor daquelas máquinas de limpar os caminhos, soterrados pela neve. Desde Fargo dos Irmãos Coen não se via um filme onde as paisagens geladas e extremamente fotogênicas tem tanta importância e charme. Mas não basta: o diretor é muito talentoso, brincando com os tiroteios (cada vez que morre um aparece um cruzinha com o nome dele!), sabendo usar muito bem a trilha musical e até criando, de passagem ou não, personagens interessantes (tem até um beijo gay!).

A história começa com o herói limpando a neve quando seu filho é assassinado por engano. Apesar de ter mais que meia idade, resolve assumir a vingança que acaba virando um confronto entre dois gângsters, traficantes de heroína, o vegetariano O Conde e o Chefe da Máfia sérvia. O que poderia ser uma história comum, se torna uma confronto bem humorado, bem produzido (o desenho de produção é superlativo) e interpretado. Uma boa pedida.