O britânico John Boorman ja foi indicado ao Oscar cinco vezes, como diretor, roteirista e produtor de Esperança e Glória (1987), e como diretor e produtor de Amargo Pesadelo (Deliverance, 72), mas fez outros grandes filmes, com destaque para o revolucionário A Queima Roupa (Point Blank, 67 com Lee Marvin), Inferno no Pacifico (68 novamente com Marvin e Mifune), Excalibur (81), rodou no Brasil o misterioso O Jardim das Esmeraldas (85) e em 98 O General. Isso para não mencionar outros filmes interessantes (ainda que menores dele).
Mas certamente o mais querido e autobiográfico com Esperança e Glória, onde pintou um retrato humano e delicado do que foi sua infância em Londres, justamente quando aconteciam os ataques de bombas durante a Segunda Guerra. Aqui justamente ele faz a continuação dessa história, já pulando para quando personagem Bill Rohan já é adolescente e é convocado pelas forças armadas para servir o Exército, junto com seu amigo irascível Percy. Reencontramos sua família (que vive numa casa a beira do Rio Tamisa, onde nada e onde sucede seu primeiro encontro com uma câmera de cinema). No começo dos anos 50, quando sobe ao Trono a Rainha Elizabeth, consegue mesmo ter um difícil romance com uma moça linda mas de classe superior, ou seja mais rica, coisa muito difícil de lidar no Reino Unido.
Se os rapazes centrais não deixam maior impressão, há alguns coadjuvantes famosos que ajudam muito entre eles, Richad E. Grant e principalmente David Thewlis, que nunca esteve melhor! Embora sensível e bonito, o filme porém resultou apático e imemorável. Isso explica porque foi recebido em Cannes com simpatia mas não levou nada. Faltou açúcar e pimenta.