Crítica sobre o filme "Contágio - Epidemia Mortal":

Rubens Ewald Filho
Contágio - Epidemia Mortal Por Rubens Ewald Filho
| Data: 08/07/2015

Foram necessários 19 produtores (incluindo Arnold e roteirista) para fazer este filme que mal estreou nos cinemas americano e foi direto para VOD (Video On Demand). É o primeiro roteiro desse tal de Scott 3 - cuja profissão é ser engenheiro da NASA - e também a estreia como diretor de Henry Obson (que era designer de títulos e fazia vídeo games). Ou seja, foi mais outro fracasso no plano de retorno de Arnold ao sucesso no cinema (este rendeu nas salas apenas 138 mil dólares para um orçamento de 4 milhões e meio, também porque o novo Terminator que foi melhor no exterior do que nos EUA).

O projeto inicial era para ser com o inglês e pouco conhecido Paddy Considine e Chloe Grace Moretz. Melhor ir logo avisando que este (infelizmente) não é bem um filme de Zombies e apesar da presença do astro Arnold -mesmo que barbudo - tampouco é um filme de ação. Mas um drama sisudo que se leva a sério sobre a tragédia de um pai Wade que tenta salvar a filha de 16 anos que fugiu de casa, justamente quando todo o país esta sendo vitima de epidemia causada por um vírus que esta transformando as pessoas em Zombies que se alimentam de seres humanos! Colocar fogo nos carros, nas plantações, seria uma possível cura. Mas em geral as vitimas são colocadas em quarentena até a morte certa.

Infelizmente como história de zumbi o filme é um fracasso, nada assustadores, eles aparecem e são poucos e mal aproveitados, ainda mais quando já nos acostumamos com a eficiente versão da televisão (TheWalking Dead). Este é um drama sombrio e escuro, narrado com lentidão, repetitivo, mostrando o conflito de Arnold como o pai (a ultima coisa que se pode pedir a ele é representar alguém sensível como este pai que tem a desagradável missão de matar a filha pouca antes dela virar monstro. Arnold sabe fazer um robô, até comédia, mas amor paternal não é seu forte). Acompanhamos com impaciência o desenrolar da situação que não tem qualquer novidade. Ele recolhe a filha, leva para a casa, ela tem uma crise quando um colega adolescente também esta contaminado e caçado pela polícia. Nem a mãe ajuda porque Joely Richardson ficou a cara da mãe Vanessa Redgrave mas não herdou seu talento.

A tendência é culpar mesmo o diretor inexperiente, que não sabe construir as situações com emoção ou maior sensibilidade. Pensei que dada a sua origem ao menos conseguiria criar momentos belos esteticamente. Mas nada disso sucede. Agora me explique porque os fãs do brutamontes Terminator iriam querer ver um drama pesado sobre filhos zumbis?