Crítica sobre o filme "Goosebumps: Monstros e Arrepios":

Rubens Ewald Filho
Goosebumps: Monstros e Arrepios Por Rubens Ewald Filho
| Data: 22/10/2015

Estreou bem nos Estados Unidos, com mais de 23 milhões de dólares, só no último fim de semana vencendo rivais importantes como esta produção cara de 58 milhões de dólares, que superou outros filmes (famosos fracassaram Ponte dos Espiões e A Colina Escarlate) certamente porque é indicada para crianças (embora esteja censurada aqui até dez anos). Aqui está sendo ajudada por uma visita do astro e comediante Jack Black à São Paulo (ele faz o papel do autor R.L.Stine). O diretor Rob Letterman já tinha feito com ele o fraco As Viagens de Gulliver, e as animações O Espanta Tubarões e Monstros versus Alienígenas. Mas o resto do elenco é praticamente desconhecido (a não ser a mãe do herói que é feita pela já indicada ao Oscar Amy Ryan, esse rapaz é chamado Dylan Minette, fez Deixe me Entrar, Os Suspeitos, Alexandre, o Dia Terrível... e as séries de TV Scandal e Agentes da S.H.I.E.L.D.).

Essa série de livros faz imenso sucesso nos EUA e nem tanto aqui (talvez porque Goosebumps, não tenha sido traduzido para Arrepios de Medo, ou coisa que o valha). A opção dos três roteiristas foi não escolher um dos muitos livros da série (leia abaixo), mas criar uma mistura de vários deles, numa história onde o envolvido é o próprio escritor, que a princípio parece ser um chato e briguento. Na verdade, Black repete seu tipo costumeiro, e deixa a história para ser conduzida por um adolescente Zach que perdeu o pai há pouco e se muda para nova cidade, onde logicamente tem dificuldade para se entrosar. Para complicar a mãe dele é também vice diretora da mesma escola (Amy). Mas ele fica conhecendo Hannah, a filha do escritor (uma encantadora israelita Odeya que esteve em O Doador de Memórias e Somos o que Somos), que estuda em casa e é super protegida pelo feroz pai. Mesmo assim eles iniciam um flerte e vão brincar numa roda gigante de um parque de diversões abandonado (mas que miraculosamente funciona). Na verdade, o filme leva cerca de meia hora para apresentar os personagens ate descobrirmos que os livros de Stipe são mágicos e os diversos monstros que ele criou estão presos dentro de livros. Só que acidentalmente Zach e um parceiro Champ (Ryan Lee) os fazem despertar provocando o caos na cidadezinha do interior.

O resto do filme é isso: os ataques de lobisomem, Louva Deus gigante, um boneco de ventríloquo (Slappy que é o líder deles e cuja voz foi feita também por Black), O Abominável Homem das Neves de Pasadena, o menino invisível, os gnomos, os Ets e vários outros. Nunca violento demais, ou excessivamente assustador. É terror para crianças e por isso mesmo se inspira um pouco noutro filme da mesma Sony, Jumanji. O elenco é irregular (a tia do herói feita por Jillian Bell é particularmente sem graça). Mas não é mesmo para adultos. Mesmo assim não chega nunca a aborrecer.