As comédias brasileiras andam em tão mal estado (não é o fato de algumas terem 3 milhões de espectadores que isso a torna melhores) que serve de consolação o fato de que as argentinas não estão muito melhores. Esta aqui que é uma coprodução com a Espanha e traz a estrela espanhola Maribel Verdu (de longa carreira mas que teve um de seus momentos maiores com E Sua Mãe Também, Labirinto do Fauno e anteriormente Os Amantes de Vicente Aranha e Sedução de Fernando Trueba). Ela faz parceria com o veterano argentino Diego Peretti (que tem outro filme entrando em cartaz aqui, Papéis ao Vento).
O argumento é tão banal que nem os norte-americanos seriam capazes de utilizá-lo, dada sua previsibilidade. De qualquer forma, teriam escalado um ator mais jovem um pouco do que Diego que convenceria melhor como o marido divorciado que cria sua filha (a mulher está grávida de um marido seguinte). O problema vejam que besteira! É que tempos atrás ele conheceu uma espanhola atraente com quem não pode viajar (Maribel ainda em forma) e que faz questão de dizer que odeia crianças. Tempos depois, sendo dono de uma loja de instrumentos musicais, a reencontra e começam a namorar, em encontros sexuais muito intensos. E o que ele pode fazer com a filha? Não precisa ser adivinho para perceber como tudo vai terminar, apesar de terem chamado para o papel uma garota gorda, feiosa e pedante que não ajuda nada. Há filhas e filhas, mas com aquela do filme realmente exigiria um super esforço para assumir.
Enfim, uma comédia sem graça, tecnicamente competente e sem apelações ou gritarias como as nossas.