Comédia de sucesso na França, de um diretor estreante (que antes era assistente) que começa de maneira espetacular, com um plano sequência á moda de Spectre, durando cerca de três minutos sem corte ou truque (que tinha no 007). Acontece durante a festa de réveillon do ano 2000, quando Florence invade o escritório de Vincent, no que parece ser um colégio, jogando tudo no chão ou no ar. E iniciando assim uma perseguição pelo lugar, que esta em festa total, antecipando o que será o resto do filme. Lembrando um pouco A Guerra dos Roses, é uma comédia dramática superficial que pretende nos fazer rir com o comportamento indesculpável do casal.
15 anos depois quando tudo parece correr bem, num jantar com amigos, sem mais nem menos, anunciam que vão se separar. Vincent que é médico quer servir numa causa humanitária trabalhando por uns tempos no exterior. Florence tem papeis semelhantes mais egoístas e o que pretendem é deixar os três filhos do casal, loiros e até bem comportados. Um pensando em passar a responsabilidade para o outro. E o resto do filme é um empurra/empurra no que a gente deveria achar alguma graça: pais que dispensam filhos não é exatamente a coisa mais engraçada do mundo! E o casal francamente não consegue conquistar o espectador e o filme assim se perde.
Nem tanto por Vincent, que parece ser mais vítima que outra coisa, mas principalmente porque o ator protagonista, Laurent Lafitte, se assina como “ de la Comédia Française” (o que já o caracteriza como membro do grupo teatral de maior prestigio na França!). Lafitte tem uma figura sólida, já fez 30 filmes, mas só aqui vira astro. Mais ingrato é o papel de Marina Fois, na verdade uma mulher chata e insatisfeita. Fica difícil torcer por eles, apesar do modernismo da direção de arte, a escolha elaborada de externas e uma vontade indiscutível de fazer rir. Mas rir do que? Detonar a filha dos filhos não parece uma boa lição de vida.