Se você é daqueles que achava que Nicolas Cage estava cometendo suicídio em sua carreira estrelando filmes B e C, em geral de ação banal e até do fim do mundo segundo os mórmons. Este aqui foi o filme que ele resolveu aceitar sabendo que seria um fracasso de bilheteria (custou apenas 4 milhões de dólares mas não rendeu mais de 300 mil). Mas onde poderia ter uma interpretação mais séria e responsável.
Na verdade, tenho que admitir que nunca gostei do Sr. Cage, nem mesmo no filme que lhe deu o Oscar (Despedida em Las Vegas, 95) e ele continua com a mesma política de fazer qualquer coisa desde que lhe paguem bem (o recente Fator de Risco saiu aqui diretamente em DVD, tem um outro semelhante chamado de Pay the Ghost e vários projetos, que incluiriam outro National Treasure mas também filmecos que se intitulam sintomaticamente de Army of One, Dog eat Doge, The Trust!).
Enfim, ele teria aceitado o projeto porque achou que o diretor David Gordon Green merecia respeito, embora tenha feito coisas como Segurando as Pontas (sobre maconha!), os aqui inéditos George Washington, 2000, Prince Avalanche, o recentíssimo e fracassado Our Brand is Crise/Especialista em Crise, com Sandra Bullock, o abominável Sua Alteza?, outra comédia horrível chamada, vejam só, O Babá (Ca)/The Sitter, com Jonah Hill. E já basta... Um detalhe curioso do diretor, ele gosta de escalar em seus filmes atores amadores. Aqui escolheu um morador de rua de Austin, Texas, para fazer o papel do pai do menino Tye Sheridan em torno do qual gira todo os drama da história. Esse sujeito chamado Gary Poulter, era homeless/sem teto e morreu dois meses nas ruas da cidade depois de ter concluído o filme!
O que sem dúvida fornece um impacto para o filme que é já pesado e desagradável mesmo sem essa informação. Cage faz Joe, um ex-presidiário que conhece um rapaz de 15 anos numa cidadezinha sulista, chamado Gary (Tye, tem sido ator juvenil em filmes como Como sobreviver a um Ataque Zumbi, Amor Bandido, A Árvore da Vida, e será Cyclops, no novo X Men: Apocalipse. Por este filme ganhou o Prêmio Mastroianni para ator jovem no Festival de Veneza. Aliás o filme participou de muitos festivais mas só levou outro secundário em Veneza e uma menção ao falecido em Austin).
Voltando à historia: o Rapaz sofre muito nas mãos do pai violento e abusivo e fica amigo de Joe, que está trabalhando com outros veteranos na floresta. O filme é lento, sombrio e seu desenlace é extremamente previsível. Para ser justo, Cage esta melhor do que costume, o que na verdade não é um grande elogio.