Ganhou alguns prêmios (menção especial do art film festival), melhor desenho de produção no Austrian Film Award (foi indicado ainda como foto, figurino e maquiagem), abriu a mostra Panorama de Berlim, foi premiado em festivais menores (Hamptons, Romy Gala, Leece, Filadelfia, Salerno, Molodist, Skip City). Quem o realizou foi um diretor turco/austríaco que com muita discrição (é visível passar por cima de certos detalhes porque não pode abordá-los como gostaria). Mas tem algumas ousadias (por exemplo um dos personagens se assumir como homossexual) e termina abruptamente sem um verdadeiro final, talvez por a situação simplesmente não tem solução mesmo.
Basicamente é a história de um casamento arranjado entre turcos e curdos. Começa o filme numa pequena vila turca onde uma bela jovem chamada Ayse (Begum) participa da festa de seu casamento com um rapaz que vive na Áustria como imigrante. Aparentemente ela vai casar com Hasan e assim vão para a cidade grande. Mas não é bem o que sucede, ela se torna uma espécie de segunda esposa do pai da filha, que já tem outras cinco filhas. E mãe do noivo, ou seja, mulher do verdadeiro marido, seria uma mulher forte e compreensiva, que controlaria tudo caso não estivesse morrendo de uma doença grave, câncer.
O elenco ate é convincente, o problema é que nada é bem explicado ou resolvido, certamente porque não tem solução mesmo para um caso desses (evito contar outro detalhe da trama, mas de qualquer forma é fácil de supor o que seja). Ainda assim tem certa dignidade que justifica sua exibição no Brasil, mesmo que atrasada.