Crítica sobre o filme "Brooklyn":

Rubens Ewald Filho
Brooklyn Por Rubens Ewald Filho
| Data: 15/01/2016

Indicado para Globo de Ouro e SAG de melhor atriz, Saiorse Ronan, é uma jovem americana que concorreu antes ao Oscar de coadjuvante por uma interpretação muito marcante em Desejo e Reparação (07), um dos meus filmes preferidos. Logo depois estrelou o mal conhecido mas talentoso Hanna (11), O Grande Hotel Budapeste (14), mas também os decepcionantes, Um Olhar do Paraíso, Caminho da Liberdade, A Hospedeira. Aos poucos fui achando que ela era inexpressiva e sem graça, o que confirma aqui neste filme antiquado e bobo, que não sei por que caiu nas graças de uma parte da imprensa estrangeira.  

Não conhecia bem o diretor John Crowley, que fez antes filmes menores (Dias Selvagens/Intermission, 03, Rapaz A, 07, Circuito Fechado, 13) e a maior referência a este filme é que ele teve o roteiro do consagrado escritor Nick Hormby (Um Grande Garoto, Educação, Alta Fidelidade). O trabalho deles é medíocre e convencional ao contar uma história banal de uma jovem irlandesa católica nos anos 1950 que vive com a mãe e irmã e tem a sorte de ser indicada por um padre para se mudar para Nova York e ter uma chance na vida. Isso acontece com muito pouco atropelo porque ela logo arranja emprego e um namorado que por acaso é judeu mas a família é simpática. Chega a retornar a Irlanda, mas a historia é previsível e sem grandes lances.

E daí? Pois é, sem grandes lances ou reviravoltas, o filme é morno e até Brooklyn foi recriado em Montreal, Canadá (menos a cena em Coney Island). Vai ser difícil você identificar o que declarou o diretor, afirmando que o filme tem 3 diferentes movimentos visuais. Primeiro na Irlanda após guerra com planos fechados e tons verdes, usando fotos de época como referência. O segundo no Brooklyn tem planos mais abertos, cores mais vivas e o começo da cultura pop. O terceiro é de volta a Irlanda mais brilhante, mais glamour e visual diferente, parecendo um sonho.

Ainda bem que explicou porque poucos iriam notar a diferença. Deviam mais era aprofundar o script e dar um pouco de vida à atriz. A Fox comprou os direitos do filme em Sundance pagando 9 milhões de dólares. Outra atriz passiva ia fazer o papel antes, Rooney Mara. O autor do livro Colm diz que a ideia veio da infância quando ouviu falar de uma moça que fez o que o filme narra sendo também inspirado nos livros de Jane Austen. Mesmo assim não me convenceu.