Crítica sobre o filme "Quarto de Jack":

Rubens Ewald Filho
Quarto de Jack Por Rubens Ewald Filho
| Data: 15/01/2016

Este é um filme modesto que caiu nas graças da crítica. O diretor é irlandês, de quem conheceu um pequeno thriller (What Richard Did, 12) e o bizarro e curioso Frank (com Fassbender, 14). A autora do livro se inspirou num caso real, o de um menino Fritzl, e uma mulher, sua mãe, que ficou prisioneira em um pequeno cômodo, vítima do próprio pai com quem teve cinco filhos. Esse é o ponto de partida daqui, onde tudo foi reduzido a um único filho, um garoto que a principio por causa até do cabelo longo e sensibilidade eu achei que fosse uma menina. Não é o caso. Mas a mãe da criança é vivida por Brie Larson, uma atriz que fez muita coisa (Trainwreck, Como Não Perder Essa Mulher, O Maravilhoso Agora) num total de 48 créditos, mas que só com este filme é que esta sendo reconhecida. Seu trabalho é contido e discreto, já que parte dele é não assustar a criança que começa a estranhar de viver naquelas condições. Não há detalhamento das circunstâncias que os levaram a serem prisioneiros (e nada de incesto).

Na metade do filme há uma reviravolta que não vamos comentar. Basta dizer que tudo é mostrado com muita sensibilidade, não procurando o drama ou o choque, apenas descrevendo o absurdo da situação que no entanto acontece e continua acontecendo. Nem é preciso dizer que o menino é muito natural e sem qualquer rastro de ator, parece gente normal mesmo. Uma curiosidade: na cena final precisavam de neve e ela veio por acaso na hora certa!

Sem dúvida é uma história triste, mas sem qualquer apelação ou grosseria.