Havia muita expectativa em torno desta comédia dramática por causa da atual popularidade da genial atriz inglesa Maggie Smith, vencedora de 2 Oscars e presença forte na série que se encerra Downtown Abbey. Ela é um monumento de ironia, discrição e talento, que já demonstrou numa carreira de muito sucesso no cinema e teatro. Sendo este um dos raros papeis principais agora aos 81 anos. Infelizmente o filme só chegou a lhe dar indicação ao Globo de Ouro e ao BAFTA, mas ficou esquecido do Oscar. Em parte porque não é exatamente uma comédia, e o mau humor do personagem pode contaminar. O fato é que o roteiro do grande Alan Bennett é bem irregular e por vezes infeliz. Bennett escreveu As Loucuras do Rei George (indicado ao Oscar), Meu Reino por um Leitão (com Maggie), No Amor e na Guerra e o pouco visto Fazendo História (eles resolveram fazer uma brincadeira e colocaram todo o elenco sobrevivente da peça fazendo pequenas aparições gente como Dominic Cooper e James Corden, atual apresentador de sucesso na TV americana. Que brasileiro não vai perceber. Ele mesmo faz uma aparição na cena final pedalando!). Outros erros que só confundem é colocar uma moça que faz a heroína Grace jovem que não se parece nada com Maggie e fazer com que o protagonista escritor teatral (que é inspirado em Bennett) fosse vivido pelo mesmo ator em dupla personalidade (o que só confunde, ele fica conversando consigo mesmo sem necessidade). Só serve para diluir as situações.
Maggie faz Miss Sheperd, uma velha excêntrica que vive num carro perua há alguns anos atrás (já que fica na mesma rua de bairro londrino cerca de 25 anos, quando praticamente todos os vizinhos e mesmo os assistentes sociais são bem pacientes com suas idiossincrasias). Na parte final revelam-se seus segredos mas nenhum dele é muito surpreendente e Maggie é apresentada sem qualquer glamour.É um papel que ela faz para valer, até com certa crueza. Faz o oposto da boa velhinha. Isso deve ter prejudicado o filme que mesmo assim chegou a render quase 6 milhões de bilheteria nos EUA.
Confesso porém que Maggie é um dos meus ídolos e seu trabalho aqui é dos mais sinceros e difíceis. Uma joia da Cultura britânica.