Cr�tica sobre o filme "Mais Forte que Bombas":

Rubens Ewald Filho
Mais Forte que Bombas Por Rubens Ewald Filho
| Data: 15/04/2016

Embora tenha concorrido no Festival de Cannes do ano passado, não tem tido uma carreira especial esta coprodução que é o primeiro trabalho em inglês do diretor norueguês Joachim Trier (que parece ser parente distante de Lars Von Trier e que realizou Reprise, Oslo, August 31st). Ganhou por isso Troféu de Bronze em Estocolmo e menção na Noruega. Mas na França, resolveram curiosamente lhe trocar de nome para Back Home, assim mesmo em inglês (o título original segundo alguns seria uma citação do álbum homônimo dos Smiths).

Mas apesar do elenco ilustre é um filme lento, arrastado, que pouco explica e nunca comove. Não só a direção é travada como os próprios personagens que como disse um crítico americano sofrem em silencio, sem fazer muito barulho e na verdade nada chega a explodir como o titulo faz supor. Tive dificuldade de perceber que a ação se passa numa cidadezinha perto de Nova York, banhado pelo Rio Hudson, e que o pai de família Gene (Byrne) é um professor, ex-ator que dirige um Volvo e tenta se comunicar com o filho adolescente (chatíssimo e caladão) Conrad (Devin). Eles perderam a mulher e respectiva mãe, Isabelle (que era uma famosa fotógrafa de guerra que morreu num acidente de automóvel, onde aparentemente adormeceu e bateu num caminhão (detalhes disso virão mais tarde, mas nunca muito precisos). Conrad joga videogames tenta conquistar uma coleguinha, mas a maior parte do tempo se comporta como o pior dos aborrescentes. Mas o papel mais ingrato é do Eisenberg, coitado malhado de todas as formas por sua atual participação em Superman v s Batman que faz o filho mais velho, já professor de sociologia e que no começo do filme parece encantado com seu primeiro filho, um bebê. A Francesa Huppert faz algumas aparições em flash-backs e fantasma em outro papel ingrato.

Todos os conflitos deveriam se deflagrar porque a obra de Isabelle deverá sofrer uma retrospectiva e um grande artigo no New York Times que poderá revelar fatos novos. Enfim, é verdade que surgirão algumas revelações, mas os protagonistas são tão aborrecidos e passivos que o espectador já perdeu o interesse.