Antigamente ainda quando eu era criança ouvíamos falar do cinema Francês como a diversão sofisticada, onde as comédias eram picantes, a nudez frequente e permissiva e as situações originais e modernas. Depois veio a Nouvelle Vague e as mudanças foram mais de forma e conteúdo, já que antes disso Brigitte Bardot já tinha modificado tudo. A verdade é que com o tempo ele foi ficando sério e carrancudo, deixando de fazer filmes agradáveis e simpáticos sobre triângulos amorosos, nunca levados a sério demais. Por isso é bom assistir esta comédia quase romântica feita por um diretor quase desconhecido aqui Jêrôme Bonnell (fez antes Apenas um Suspiro,13, com Gabriel Byrne, Emmanuelle Devos, que não conheço).
Mas recomendo esta leve mas atraente historinha de um tipo amor cada vez mais comum. Rodado na cidade de Lille, no interior da França, é sobre uma jovem advogada Mélodie (a encantadora e sardenta Anais Demoustier, que é uma jovem Isabelle Huppert e que já foi vista aqui em vários filmes: Uma Nova Amiga de Ozon, Um amor em Paris, com Huppert, O Fio de Ariane, O Palácio Francês, Elles com Binoche e Therese D). Ela procura uma outra garota Charlotte (Verbeeck,igualmente charmosa e que também canta) que está vivendo com um rapaz chamado Michael (Moati, que chegou a ser indicado ao César de revelação este ano). Só aos poucos vai se descobrindo que as duas foram namoradas e ainda se querem, mas forma-se um triângulo amoroso bastante agradável para o rapaz. O filme praticamente é só isso e tudo termina numa praia, mas acho que a conclusão é melhor não levar a sério. Relaxe e divirta-se com um romance à francesa ainda em forma.