Crítica sobre o filme "Truman":

Rubens Ewald Filho
Truman Por Rubens Ewald Filho
| Data: 15/04/2016

Esqueça o nome estranho do diretor Gay e admire este drama emocional com que ele reencontra dois dos atores com que fez o filme anterior, o interessante O Que os Homens Falam (12), o argentino Ricardo Darin (outro argentino Daniel Burman é co produtor), e o espanhol Javier Camara (famoso por Fale com Eela de Almodovar). A história não é propriamente nova e ate Jack Nicholson fez uma trama semelhante (Antes de Partir, 07). Só que é mais humana, discreta, europeia (passa-se na Catalunha e Amsterdam). O filme teve um enorme sucesso de critica, ganhando melhores atores e filme no Festival de San Sebastian, 5 prêmios do Sindicato dos Escritores da Espanha, Fotogramas de Prata de melhor filme falado em espanhol, Premio Gaudi de melhor filme não em língua catalã, coadjuvantes (Javier e Dolores), diretor, roteiro e ator (Darin), Goyas de ator (Darin), coajuvante (Javier), roteiro, diretor e filme.

Desnecessário dizer que a dupla central está ótima, cada um a sua maneira. Mas é bom explicar que Truman não é um escritor ou político, mas o nome de um cachorro já com certa idade (tanto que o que fez o papel chamado Troilo morreu logo depois da filmagem) que vive com seu dono o ator Julian (Darin). Seu velho amigo Tomás que mora na Espanha (Javier) vem visitá-lo por apenas 4 dias e assim se intera da situação. Depois de tentar curar durante muito tempo o câncer no pulmão, ele tem a noticia do médico que não há mais nada a fazer, a não ser a quimioterapia. Decide então não se cuidar mais (embora ainda esteja em cartaz no teatro numa montagem de Ligações Perigosas) e procurar um lar para Truman. Aos poucos, os amigos se reaproximam enquanto Julian tenta fazer as pazes com os que ofendeu e rever o filho que estuda em Amsterdam. Tudo sem surpresas e sem excesso de lágrimas, mas narrado com delicadeza e estilo. Qualidades raras que me fizeram correr atrás dos filmes anteriores do mesmo diretor.