Sou grande admirador do ator Fabrice Luchini, atualmente deve ser o melhor da França e por este filme ganhou melhor ator no Festival de Veneza (o filme também levou melhor roteiro). Luchini é veterano também no palco e brilhou em filmes como Dentro da Casa, Paris, As Mulheres do Sexto Andar, Gemma Bovery e Pedalando com Moliére. Este é um filme mais discreto que interessa especialmente advogados (ainda que o sistema judicial francês seja bem diferente do nosso). Ele faz Michel Racine, presidente de um corte de justiça, extremamente exigente e honesto, que ao julgar um caso enfrenta um forte resfriado. É o processo de um jovem rebelde acusado de ter maltratado e matado sua filha de sete anos. Mas quando chega a hora de sortear os jurados, ele parece reconhecer uma mulher de seu passado. E de repente, isso pode ser um problema e um obstáculo.
Não espere porém nenhuma grande surpresa ou reviravolta, não é um novo Doze Homens e uma Sentença. E mesmo a conclusão é discreta e pouco chocante. O importante é que Fabrice segura tudo com muita discrição também. Vamos acompanhando o processo do julgamento e finalmente o reconhecimento dessa mulher misteriosa que guarda um segredo. É interpretada por uma desconhecida para nós, já madura (lembra um pouco Diane Baker) que é dinamarquesa e estrela uma série local (Borgen, uma Mulher no Poder). Outra que trabalha com toda discreção. Talvez eu tenha me desapontado um pouco com a resolução que deveria ter mais impacto. Mas é um filme interessante e adulto.