Crítica sobre o filme "Tini: Depois de Violetta":

Rubens Ewald Filho
Tini: Depois de Violetta Por Rubens Ewald Filho
| Data: 17/06/2016

Acho admirável o trabalho que faz o conglomerado Disney, veja o sucesso dos heróis da Marvel (de tal forma que às vezes acho que o estúdio faz alguns filmes que vão render menos simplesmente para baixarem sua renda para imposto de renda ou coisa que valha). Para perder um pouco de dinheiro. Não que sua máquina seja infalível. Por exemplo, insistiram em fazer uma versão de uma série de TV americana transposta para a Argentina, que foi em 2007, Donas de Casas Desesperadas, naturalmente um fracasso total (se há uma coisa que mesmo as pessoas reclamando os brasileiros ainda fazem melhor que os argentinos é telenovela). Que se confirmou logo depois com sua insistência de fazer uma versão latina de High School Musical. A nacional chegou a virar um filme longa que ninguém viu e se apresentar até em teatros, com um elenco desconhecido que ninguém guardou ou aconteceu. Um tiro na água.

Mas não se pode negar sua persistência. Eu confesso que não sabia sequer da existência desta Violetta muito menos da Tini. E apesar dos espectadores de cinema argentino de qualidade sejam fieis consumidores do cinema do país vizinho, há diferenças/barreiras culturais que me parecem difíceis de quebrar, começando pela linguagem (brasileiro entende o que eles dizem mas não há o vice versa) e prosseguindo com sua raízes culturais. Certo que o brasileiro nos anos cinquenta cultuou Sara Montiel, Pablito Calvo, Carmen Sevilla, Joselito, mesmo Marisol, todos eram espanhóis.

Enfim, este seria apenas o primeiro longa de uma jovem chamada Violetta Stoessel (1997, filha de mãe húngara e pai produtor de shows infantis e desenhos - seu apelido é Tini!), que é cantora e estrelou durante anos a série Violetta (2012-15), além de um filme show (14) e ou outro chamado Violetta 2 - A Vida, 15). O êxito foi tanto que resolveram criar uma história especialmente para abrir portas para ela, com uma trama que a ajuda também a conquistar o mercado europeu latino. O produtor e diretor daqui fez a excelente comédia Um Conto Chinês e outra muito bem produzida O Inventor de Jogos.

O titulo original já anuncia que o filme trará a grande mudança para Violetta. Ela regressa a Buenos Aires depois de uma tour pela Europa e fica sabendo que o namorado (Jorge Blanco, até onde eu sei também namorado na vida real) está com outra mulher e gravando um disco em Los Angeles. Tini entra em crise e seu pai a envia para uma ilha no Mediterrâneo onde uma amiga sua (a grande Angela Molina do último filme de Buñuel Esse Obscuro Objeto do Desejo) tem uma casa para artistas. Ali ela mudara de personalidade e vira uma outra pessoa.

E ai Disney capricha com a fórmula tradicional (barcos, ilhas, ruínas romanas, tudo muito luxuoso) que parecer ser diferente da TV. Acaba Vittória e surge Tini (o filme esta sendo lançado também este mês no México, como já foi na França em maio). Não tenham ilusão de que vão fugir das formulas românticas que já eram velhas nos anos 50, só falta virar princesa!