Crítica sobre o filme "Valor de um Homem, O":

Rubens Ewald Filho
Valor de um Homem, O Por Rubens Ewald Filho
| Data: 07/07/2016

Este foi o filme que finalmente consagrou o já veterano ator francês Lindon e que ultimamente tem acertado em filmes como Bem Vindo e Diário de uma Camareira. Embora faça pouco mais do que ficar o tempo todo de cara amarrada e sóbrio, ele ganhou melhor ator no Festival de Cannes e depois também o César (agora porque levou o César de fotografia é um mistério!). O diretor Stéphane Brize, fez antes Mademoiselle Chambon (com Vincent também) e mais um com ele, Uma Primavera com Minha mãe.

O problema é aquele tradicional como cinema francês. Lento, arrastado, sem fazer qualquer concessão ao espectador. São planos longuíssimos, quase sempre fixos (no máximo com correções a direita ou esquerda, mas nenhuma arte de enquadramento) em conversas intermináveis e nem sempre importantes para a história. Mesmo Lindon tem pouco a contribuir a não ser com a mesma cara de preocupado sem altos ou baixos. Ele faz Thierry, que aos 51 anos, perdeu o emprego mas tem que cuidar do filho já adolescente com Síndrome de Down (a mulher dele mal aparece nem para guardar seu rosto). Após 20 meses de desemprego, Thierry consegue um novo trabalho, como segurança num supermercado ou coisa que o valha,como já disse, não se explica muito, deixando o protagonista ter um dilema moral que não me convence nunca. Já que tem que comer e sustentar a casa modesta e a família não poderia se dar ao luxo de querer largar o emprego.

Admito que até que pintam um retrato curioso e triste da classe trabalhadora que chega a meia idade (e que bom que o cinema francês agora enfrenta temas sociais de frente). As cenas em que interrogam fregueses que estavam roubado e quando se faz teste para o empregos são sintomáticas e oportunas. Mas é um filme penoso de se assistir.