Este é um caso semelhante do que sucede atualmente com Florence e Marguerite, dois filmes em cartaz simultaneamente que contam a mesma história. Neste caso ainda mais esquisito porque na verdade esta comédia francesa/belga é uma versão literal de outro filme, no caso argentino (porque se baseia inclusive no roteiro original de outro filme que passou há pouco tempo por aqui, Coração de Leão!). E que ainda por cima é coprodução brasileira com as cenas finais feitas no Rio!
Na verdade, embora não tenha feito aqui o sucesso merecido, gostei muito do Corazon de Leon, 13 , direção de Marcos Carnevale. com Guillermo Francella e Julieta Diaz. É original, criativo e muito divertido! Sabe usar muito bem os efeitos especiais de tal forma que você chega a ficar na duvida se o protagonista é mesmo um anão, ou um homem pequeno, já que o filme também tem uma mensagem anti preconceito. O astro do filme Guillermo Francella é um veterano de muitos trabalhos (inclusive o premiado com o Oscar O Segredo dos Seus Olhos, o mexicano Rudo e Cursi, Um Namorado para minha Esposa) e o diretor é o mesmo que deu certo com Elsa e Fred!
A sacada do roteiro original se repete aqui e já era muito boa: uma advogada divide um escritório com o marido de quem esta separada há algum tempo. Infeliz não encontra um companheiro até quando por acaso (ela perde um celular e este o encontra) conhece Leon que é um homem inteligente, sedutor, arquiteto bem sucedido, sofisticado, mas que tem apenas um defeito: tem a altura de um anão (no filme ele diz ter um metro e 35). Ai que entram os efeitos e o filme procura não ser realista, não detalha a relação do casal na cama, mostra apenas que ele tem uma estatura baixa embora não seja exatamente um anão!
Enfim, ele consegue conquistá-la, mas o difícil é convencer a moça a enfrentar os parentes, o ex-marido, a mãe, todos eles cheios de verdades (apesar da mãe ser casada com um surdo! ). Esta é uma da mais espertas e eficientes comédias argentinas que já assisti. Agora o mais curioso é houve também outra refilmagem de 2015, na Colômbia (esse ao menos inédito aqui) e pelo que vi a maior novidade é que a heroína é uma negra! Mas as referências indicam que é a mesma história com mesmas situações.
A atração maior do filme é a presença do vencedor do Oscar Jean Dujardin (que no entanto está bem inferior ao criador argentino) e a revelação de um jovem ator promissor que faz seu filho ( que esteve em A Travessia). E gostei especialmente da protagonista que é a comediante belga Virginie Elfi (que não lembro de filmes que dizem ter estreado aqui,Vinte Anos Mais Jovem, Contra a Maré, A Chance de Minha Vida). Quanto ao filme, o original tinha a surpresa e criatividade e mesmo quando o ator protagonista ele passava por baixinho, tecnicamente resultou melhor do que aqui (há momentos onde os truques são visíveis!). Mas para ser sincero, apesar de reconhecer as piadas ainda deu para rir varias vezes. Experimente.