Crítica sobre o filme "Nerve - Um Jogo Sem Regras":

Rubens Ewald Filho
Nerve - Um Jogo Sem Regras Por Rubens Ewald Filho
| Data: 24/08/2016

Não sei bem porque eu tinha uma certa expectativa com este thriller para jovens até porque fala de internet e games e está longe de ser tão barato (custou por volta de 20 milhões de dólares e rendeu mais de 35!). É daqueles filmes habitados por personagens adolescentes que pensam como débeis mentais e são vitimas da Internet como se isso fosse a única coisa válida do mundo. De qualquer forma, como um pesadelo do que esta sendo ou vai ser o futuro da humanidade o filme tinha até um certo clima e suspense. Mas os personagens não tem a menor credibilidade, começando pela amiga que parece uma criatura vulgar. Mostrar-se pelada num jogo de futebol de escola teria consequências terríveis para ela com a cabeça americana, mas esse é um defeito do roteiro, primeira apresenta os protagonistas como heróis para depois mudar de rumo e deixar todo mundo bonzinho com medo de levar até o fim as situações ou lógica.

Enfim, não consigo acreditar na magricela e inexpressiva Emma Roberts que não herdou nada de sua tia Julia Roberts, mas muito do seu pai irremediável canastrão, Eric Roberts. Sem graça demais para segurar um filme, ela tem um romance que fica longe de fazer sentido ou convencer com o Dave Franco, o irmão menor e menos pedante que o James Franco. Que faz melhor comédia que papel de herói porque sua figura (em especial nas revelações ao final) não tem o menor sentido. Nem ele nem ninguém nos desafios suicidas ou na mudança de opinião sem qualquer lógica só para ter um final feliz, especialmente frustrante. Teria sido melhor se ao menos tentassem ser mais ousados e mais dignos da herança de Juventude Transviada e outros filmes vistos pelo ponto de visto do adolescente rebelde. Outro problema aceitar como a mãe boazinha da heroína a Juliette Lewis, que é conhecida por seus personagens “maluquetes”.

Enfim, se tem a principio certa fluidez acaba se tornando uma sucessão de absurdos e besteiras. Os diretores jovens formam uma dupla faz tempo e já tem 15 créditos no currículo, ainda que não sejam meritórios como Atividade Paranormal 3, muitos curtas e um novo chamado Viral.