Crítica sobre o filme "Homem Que Viu o Infinito, O":

Rubens Ewald Filho
Homem Que Viu o Infinito, O Por Rubens Ewald Filho
| Data: 25/09/2016

Este é mais um daqueles dramas britânicos que contam histórias reais com toda sobriedade e elegância, sem nunca assumirem a culpa dos ingleses nem aprofundarem demais os erros e questões. Dirigido por um roteirista e ocasional diretor (fez antes Ropewalk, 2000) chamado Matt (ou Matthew) Brown. Todo mundo é educado, bem vestido, pedante, preconceituoso (embora evitem por dedos nas feridas, é evidente que desprezam o protagonista por ser indiano/Hindu, no papel está Dev Patel, o rapaz de Quem Quer ser Milionário, sempre bem mais a vontade na comédia). Enquanto Jeremy Irons limita-se ao de sempre, ficar preocupado e resolver a questão tarde demais...

Esta é basicamente a história real de um certo matemático Snirivasa Ramanujan, autodidata que, embora seja brilhante no que faz e pesquisa, é rejeitado pelos professores de sua terra natal. Consegue uma chance de ir estudar na Inglaterra, mas novamente esbarra em toda sorte de preconceitos e ciúmes (a questão é basicamente que toda descoberta matemática tem que se demonstrada antes, comprovada, não basta usar intuições ou percepções). O herói é casado, mas obrigado a morar distante dela (que fica na Índia quando ele vai para a Academia). Ou seja, uma história previsível, que vai interessar especialmente os matemáticos e cientistas. A gente assiste com certa distância, mas algum prazer. Pena que lhe falte maior drama e desenvoltura.