Senhoritas e senhoras românticas este é um filme indicado para vocês, reforçado pela presença de um casal que justamente durante a rodagem do projeto num lugar idílico e pouco conhecido da Austrália, a Tasmânia - melhor dizendo, da terra de Errol Flynn - e quando começaram a namorar o que vem sucedendo parece até hoje, o alemão indicado ao Oscar Michael Fassbender e a sueca vencedora do Oscar, Alicia Vikander. É um projeto ambicioso feito com cuidado e bom elenco, mas tem uma história polêmica. Vai envolver a espectadora até pouco mais da metade, quando sucede um evento muito discutível (infelizmente não podemos dizer o que para não estragar o prazer). De qualquer forma, é muito possível que a espectador reaja contra essa resolução que sem duvida irá provocar discussões. Mas não é apenas isso...
De qualquer forma, falar deste filme é um desafio para um critico sob pena de estragar o possível prazer ou irritação do espectador(a). Mas é um filme muito feminino (muitas vão chorar). O protagonista Tom Sherbourne é um soldado britânico que lutou na Primeira Guerra com honra (mas nunca se dá mais detalhes desse período, mesmo se considerando essa chamada A Grande Guerra foi a mais horrível e devastadora de seu tempo, mudando todas as regras da luta entre países!). Enfim, ele volta vivo e sem aparentes problemas, deseja apenas trabalho num lugar sossegado e discreto. Consegue isso ao trabalhar como faroleiro, ou seja, o sujeito que vai cuidar de farol numa torre em lugar estratégico onde evitara tragédias com navios de todos os tamanhos (uma falha grave do filme que só percebo agora é que durante todo o filme ele nem por uma vez interfere numa situação de perigo - no máximo uma tempestade na sua própria casa! - Ou seja, não nos mostra nem sua habilidade nem o tamanho do perigo! Talvez tenha sido cortado porque o filme já meio grande mas é sem duvida uma falha, porque em momento nenhum chegamos a entender ou conhecer melhor esse protagonista que é carrancudo e inexplicado).
Ao chegar a pequena cidade, ele se deixa conquistar pelo que parecer ser a única jovem bonita do lugar, Isabel Graysmark, ou seja, Alicia, que está também ansiosa para se casar. Os dois eventualmente vão para o farol (não moram nele mas numa bem arrumadinha casa bem perto) onde ela fica grávida. Mas tem a infelicidade de perder a criança (a primeira de maneira especialmente desagradável porque vai procurar abrigo da tempestade no farol e ele não percebe nada!). Depois vem a perder mais um bebê... de causas naturais... (o que também passa rapidamente) até que a história realmente começa de fato quando surge ali um barco com um cadáver masculino dentro e carregando um bebê, uma menina. Outro defeito grave é que não ficamos sabendo nunca dos detalhes da morte dessa pessoa, e porque essa morte tão misteriosa e que ninguém tentou impedir ou ajudar a salvar a vítima!
Acontece finalmente o conflito maior, o casal adota a criança e a trata como filha perante todo mundo. Mas anos depois (outra falha) surge na cidade uma jovem rica (que não se da direito com sua própria família), mas isso é outra questão não desenvolvida... É interpretada pela sempre interessante inglesa Rachel Weiz, premiada com o Oscar, mulher de James Bond, a Hannah Roenfelt. Então haverá a confusão tão esperada e muito dramática.
Muito bem, se o resultado dela não me convence, o filme desmorona inteiramente numa conclusão, que tenta nos convencer que muitos e muitos anos depois a criança cresceu e se tornou uma jovem feliz e sem problemas! O que é um grande absurdo...
Enfim, este Luz Entre Oceanos pode provocar algum choro e impressionar algumas visões turísticas para mim, apenas a qualidade do trio perdido nesse triângulo poderia salvar o projeto. O diretor Cianfrance fez um filme bonitão, mas inconvincente. Ele dirigiu antes projetos menores como o fraco O Lugar onde tudo Termina, 12 ,com Ryan Gosling, Namorados para Sempre, 10 com Gosling e Michelle Williams. Não convence num espetáculo de 20 milhões de dólares (aparenta mais) e que rendeu ate agora apenas 12 milhões. Não creio que tenha chances para o Oscar nem mesmo neste ano fraco.