Crítica sobre o filme "Ninguém Deseja a Noite":

Rubens Ewald Filho
Ninguém Deseja a Noite Por Rubens Ewald Filho
| Data: 30/11/2016

Uma produção internacional cara contando fatos reais. Foi basicamente rodado em estúdio com apenas dez dias de locações geladas na Noruega. E se sustenta basicamente por causa da estrela francesa Binoche, nascida em 1964 (vencedora do Oscar), que narra a historia e ainda mantém um charme e beleza. O curioso é que depois de ser exibido no Festival de Berlim cortaram vinte minutos de projeção e acrescentaram justamente esse “voice over” de Binoche. Mas estranhamente tem um ar e provoca a sensação de “já visto”. A diretora catalã Coixet é atualmente uma das raras mulheres diretoras espanholas a fazer carreira regular. Minha Vida sem Mim, A Vida Secreta das Palavras, Fatal são alguns deles tendo 30 créditos em sua carreira entre curtas, longas e documentários. Ganha o Gaudi de maquiagem mas impressionou mais no premio Goya, o maior da Espanha, levando os de trilha musical, figurino, maquiagem, direção de produção e Binoche foi apenas candidata finalista ao Prêmio. Foi, sem dúvida, um esforço de interpretação, deixando-se aparecer sem maquiagem, nem sempre. Pena que o filme nunca deslanche e lhe falte um final mais empolgante. Ainda assim, o público feminino pode se identificar com ele.

A história se passa inicialmente em 1908, na região gelada do Canadá, quando Josephine parte junto com uma expedição em busca do marido que havia partido numa outra excursão que pretendia chegar ao Polo Norte. Na verdade, o filme resultou decepcionante, mesmo com o personagem forte para Binoche, capaz de enfrentar os homens, lutando para ajudar uma mulher “inuit” que esta grávida, mais por outro lado puritana mandando as mulheres de cobrirem sua nudez. Tudo isso com frio, avalanche, gelo que se rompe... mas sem nunca se tornar o épico que pretendia. Não chegou a ser exibido nos EUA, se tornando um fracasso de bilheteria.