Crítica sobre o filme "O Que Está por Vir":

Rubens Ewald Filho
O Que Está por Vir Por Rubens Ewald Filho
| Data: 27/12/2016

É óbvio que Mademoiselle Huppert é a mais bem sucedida musa do cinema francês, inclusive no filme imediatamente anterior (Elle) e que lhe deu indicação ao Globo de Ouro e Critic´s Choice (e possivelmente Oscar, por absurdo que pareça ela não ganhou nenhum, apesar de ocasionalmente ter feito filmes americanos). Este filme é de uma mulher Mia Hansen (que é ou foi mulher de um diretor Francês famoso Olivier Assayas).Curiosamente os outros filmes que Mia dirigiu, embora tenham títulos em português, não deixaram muita lembrança (O Pai dos Meus Filhos, 09,  Adeus, Primeiro Amor, 11, Eden, 14 e outro mais recente chamado Maya com la Binoche).

É interessante notar que o filme é inspirado num fato real, na relação da diretora com a própria mãe que quis se mudar para um asilo de luxo para velhos (Edith Scob, que está no seu 113º crédito, fez filmes famosos como Os Olhos sem Rosto, 10, de Franju, Le Bel age, de Kast, Câmara Ardente, de Duvidier). Desnecessário Louvar Huppert, impecável em tudo que faz, aqui ela interpreta Nathalie, professora de filosofia, respeitada pelos alunos mas eventualmente desprezada por editores de seus livros que acham superado, o marido de muito tempo prefere sair de casa e manter um romance com uma mulher mais nova e parece que sempre muito auto suficiente e cheia de verdades, poderia ter um possível romance com jovem aluno que a admira. Mas nem isso é levado adiante.

Indicado para o público feminino, em particular professoras e alunos de Filosofia, sem perder aquele pedantismo tão obviamente francês, é um retrato que pode ser interessante para as mulheres mais experientes que também irão vibrar com paisagens de natureza e uma narrativa discreta e natural.