Crítica sobre o filme "Aliados":

Rubens Ewald Filho
Aliados Por Rubens Ewald Filho
| Data: 15/02/2017

É incrível como tem errado o cinema norte-americano em particular no último ano, quando filmes e ideias que podiam dar certo tem fracassado espetacularmente. É o caso deste filme de guerra, antiquado, mal realizado e que fica desmoralizado diante do Tarantino e seu Bastardos Inglórios, 09, que além de também se passar durante a Segunda Guerra e falar sobre espionagem, também trazia a presença de Brad Pitt, que parece aqui estar em estado de choque, como se ainda abalado pelo fim do casamento com Angelina. Ou será aliviado? De qualquer modo não deu certo mesmo fazendo alguma operação plástica visível nos contornos dos olhos. Será que o médico recomendou que ele não mexesse muito os músculos e por isso ficou tão ausente? Como consolo Brad é coprodutor de um dos melhores filmes do ano ainda inédito, que é o ótimo Moonlight!

Chegou a ser indicado ao Critic´s Choice apenas como figurino. Já que se deram ao trabalho de tentar homenagear filmes dos anos 40, em particular Casablanca (como Ingrid Bergman e seus modelos de roupa) e Bette Davis, em A Estranha Passageira. Uma bobagem porque os contemporâneos deles não vão mais ao cinema e os jovens não tem a menor ideia nem se interessam por filmes de época. Marion Cottillard se esforçou em esclarecer que não teve romance com Brad e que por sinal estava grávida do marido diretor e ator de longa data Guillaume Canet (segunda gravidez). Mas não deve ter lido direito o roteiro banal, medíocre não funcionando nem como ação (guerra), nem como romance. É muito triste ver o famoso diretor Robert Zemeckis (De Volta para o Futuro) tornar fake (falso) não apenas as cenas de ação (por exemplo, logo no começo ele foge pelo deserto do Sahara, que foi estilizado de tal maneira que parece cena de animação).

Não falei ainda da historia: em 1942, em pleno conflito mundial, um oficial canadense Max Vatan (Brad) voa até o Norte da África, onde o conflito com os nazistas aumentou e os aliados parecem estar perdendo. Mas o herói se apaixona por uma bela jovem Marianne, que estaria trabalhando para a resistência francesa. Depois de uma missão eles vão parar na Inglaterra, onde estão acontecendo os ataques aéreos nazistas e a suspeita de traição aumenta. Mas o desenho de produção é banal, os figurinos apenas curiosos e a minha favorita Marion, não tem a menor química com Brad (ainda mais apático que costume e usando lentes castanhas para esconder seus olhos azuis). Mas nem por isso a culpa é toda sua. Piores são o roteiro infeliz e principalmente a ausência maior de lugares autênticos. Enfim, custou 85 milhões de dólares e rendeu no mercado americano e exterior, até agora não mais que 76 milhões! Nem vai se pagar nunca.