Crítica sobre o filme "Fome de Poder":

Rubens Ewald Filho
Fome de Poder Por Rubens Ewald Filho
| Data: 13/03/2017

Esta é uma produção dos irmãos Weinstein, famosos ganhadores de Oscar, mas algo aconteceu porque o filme foi atrasado e estreou nos EUA no pior momento, quando já haviam fechado as indicações para o Oscar. Uma pena, porque este seria um filme com todo potencial polêmico, ainda mais na era Trump onde vale tudo! E traz uma ótima interpretação do quase vencedor do Oscar Michael Keaton, que conseguiu aprender a se segurar, não cair no excesso de exagero do seu começo de carreira, ele faz um canalha que aliás vai ficando mais safado com o desenrolar do filme, mas que não deixa de ser humano ou sem moral, certamente não é alguém que eu gostaria de conhecer pessoalmente. Mas a atração é sim contar a verdadeira história do que teria acontecido na criação e expansão da casa de lanches mais famosa do mundo e também a mais prolífera, que vem a ser o MacDonald´s.

Mas não apenas Keaton está bem (sua boa vontade chegou a ponto de aprender a tocar piano numa sequência onde está tentando seduzir outra mulher e em papel que Tom Hanks recusou), a direção é competente e passa ao final grande quantidade de informações, mas sem chegar a transformar o protagonista em monstro, mas os que fazem os dois irmãos, ótimos coadjuvantes, Nick Offerman e John Carroll Lynch, e a sempre excelente Laura Dern como a primeira esposa, Patrick Wilson.

Seu personagem já passou dos cinquenta anos e vai muito mal de vida quando esbarra num lugar chamado MacDonald´s, criado e dirigido por dois irmãos que lhe ensinam os truques do ramo. Muito esperto, este R. Krock vai mais Além e depois de assinar um contrato sabendo que eles não valem nada, tudo pode sempre ser mudado e corrompido, vai conseguindo parceiros a ponto de se tornar muito rico e poderoso, se casar com a esposa de um amigo (Linda Cardinelli). É uma história fascinante, assustadora, que deveria ser obrigatória em qualquer escola de Administração e Economia. Até porque o filme é bem humorado e se torna uma lição de vida. Pena não ter tido chance ao Oscar.