Estreado no Festival de Berlim do ano passado, este filme é do diretor Green (americano radicado na Europa que fez filmes como a Religiosa Portuguesa) e que aqui foi produzido pela parceria prestigiosa dos irmãos Jean Pierre e Luc Dardenne. Que gostam de apresentar dramas religiosos católicos!
Mas é bom prevenir desde logo que não é um filme normal e racional, mas algum tipo de experiência que seria suportável talvez num festival de cinema mesmo porque neles todo mundo já perdeu a noção do certo, errado, diferente, ousado, banal. E assim por diante. E muitas vezes deixam de zombar de uma realização tão ridícula quanto esta, dividida em partes identificadas por temas religiosos (Sacrifício de Abrahão, Bezerro de Ouro, Sacrifício de Isaac). Onde todo mundo fala de forma estática e artificial (inclusive a portuguesa muito brasileira Maria de Medeiros num papel marginal que ao menos tem certo senso de amor).
Basta ver uma das primeiras cenas onde o jovem e baixinho herói que não sabe de seu pai e aliás nunca vai ficar sabendo porque o filme não tem pé nem cabeça, encontra um colega e os dois conversam com dois de paus... O outro quer ajuda para vender esperma pelo correio! Mas o filme não vai por aí, o rapazinho se passa como escritor se infiltra no meio intelectual e se vinga de Mathieu Almaric, coitada, que depois vai procurar vingança enquanto a mãe do herói se envolve com o filho de Mathieu. Não me pergunte o que vem a ser isso e qual é a lógica... Talvez para ser consumido como humor de absurdo a moda de O Lagosta... Mas não digam que fui eu quem recomendou...