Crítica sobre o filme "Cabana, A":

Rubens Ewald Filho
Cabana, A Por Rubens Ewald Filho
| Data: 03/04/2017

É difícil lidar com filmes religiosos que são endereçados especialmente para aqueles que creem e para estes não há dúvidas. Acreditam e pronto. Não se pode dizer o mesmo para o espectador casual que só deverá assistir a este filme, que fez carreira decente nos EUA, se conhecer o livro que lhe deu origem, também best-seller. Embora para o meu gosto ele seja um pouco confuso e alegórico e que tenha provocado polêmicas nos mais sectários (que não aceitaram o fato da Santíssima Trindade ser liderada por árabe, oriental e logo Deus como uma mulher negra, ainda que seja a adorável e premiada Octavia Spencer).

Não pensem que tenha algo contra o gênero, ao contrário, estou disposto a acreditar no que seja basicamente uma boa história interpretada por bons atores (o herói aqui é o australiano Sam Worthington, famoso por ter estrelado Avatar e não por sua habilidade histriônica). Aqui quando criança esse herói chamado Mack Phillips sofre muito com seu pai alcoólatra que bate nele e por outra tragédia. Sua filha menos Mackenzie, Missy, desaparece e aparentemente morre. O pai recebe uma carta que traz suspeita que vem das mãos de Deus que lhe pede para ir até o Shack (cabana) onde deverá ter um encontro que ira modificar sua vida. Baseado no livro canadense de sucesso o filme resulta longo demais e o diretor Hazeldine tinha feito antes um outro trabalho (não ouvi falar, mas teria tido título nacional de O Exame, deve ter passado na TV sem maior repercussão).

Bom, o herói antes de experimentar milagres e recarregar sua fé, também tem a chance de reciclar suas dúvidas conversando com uma outra mulher misteriosa, no caso a atriz brasileira Alice Braga (mal vestida e menos convincente do que costume) com que revê o passado. O cantor country Tim McGraw faz um vizinho, compartilha canção com Faith Hill e é quem narra a história (como ele sabe de tanta coisa?).