Crítica sobre o filme "Neve Negra":

Rubens Ewald Filho
Neve Negra Por Rubens Ewald Filho
| Data: 09/06/2017

O novo filme do astro mais famoso do atual cinema argentino Ricardo Darin, desta vez dirigido por um veterano assistente (que esteve em 9 Rainhas, Aura) e no longa O Sinal. Rodado na Patagônia e Andorra, com orçamento de 4 milhões de dólares. Não sou dos mais entusiastas admiradores de Darin, especialmente nos filmes mais recentes e mais discutíveis como Koblic, ainda que compensados pelo espanhol Truman (um cachorro) e o de episódios, muito divertido Relatos Selvagens. Pois aqui Darin nem chega a ter um papel estrelar, já que a maior parte da ação esta com o mais jovem e igualmente competente Leonardo Sbaraglia. O problema não é o elenco (embora a mocinha seja novinha demais, muita coisa é mal explicada), embora seja discutível a paisagem da Patagônia e os lobos que parecem cães. 

Já houve muitos dramas americanos passados assim em regiões ermas e friorentas, onde sucedeu uma tragédia rural familiar. Aqui é um casal (Leo e a mocinha Lara) que vai procurar o irmão mais velho Darin, com uma oferta de um homem velho e rico (o venerável Federico Luppi) de compra da velha casa da família onde vive esse irmão ainda raivoso e vingativo. Ainda bem que na parte final há uma explicação mais detalhada de uma tragédia sexual que provocou mortes e uma matança. Por que a narrativa é tão confusa que fica difícil segui-la enquanto o astro fica escondido através de barba e cabelo comprido, num papel indigno de seu prestigio. E quando mais se explica pior fica o filme.