Crítica sobre o filme "Tour de France":

Rubens Ewald Filho
Tour de France Por Rubens Ewald Filho
| Data: 13/07/2017

Não tem sido uma temporada forte para o cinema francês, ao menos aqui no Brasil. Esta semi-comédia é um caso simples. Por aqui ninguém tem interesse em corridas de bicicleta, que os franceses adoram e endeusam, mas não brasileiro médio que quase sempre as desconhece. E olha que nem chegaram a importar direito o escândalo do século do gênero que foi a descoberta de que o grande campeão americano de corridas, era um drogado mentiroso e até perigoso (Ben Foster fez bem o filme Programado para Vencer (15) do ótimo Stephen Frears,

Se esse filme forte não rolou aqui imagina então este aqui que é muito regional a ponto de conseguir um espaço no Festival de Cannes para divulgá-lo do ano passado. O diretor Rachi havia feito um outro trabalho chamado Rengaine, um road movie muito mal recebido. Aqui ele tenta continuar a fazer um filme popular com um ator jovem e árabe, chamado Sake. Ele faz Far Hoook um jovem rappeur (que canta rap), que depois de se envolver num problema de violência e ajuste de conta, é obrigado a sumir um pouco. E a pedido do pai se aproxima do pintor Vernet com quem obviamente entrará em conflito... E depois se torna amigo. Ou seja, nada de novo.

A proposta agora é fazer do grande evento esportivo do pai, o Tour acaba se tornando um filme-estrada que vira um manifesto para a reconciliação. E a amizade. O grande em todos os jeitos Depardieu faz um ex-operário que imita o pintor Joseph Vernet, só que no caso o confronto com os árabes acaba sendo muito importante e cada vez mais fundamental na cultura francesa. Muito bem, mas o filme de estrada acaba se tornando regional também na trilha musical a ponto de tornar a música La Marseillese virar também rap!