Crítica sobre o filme "De Volta para a Casa":

Rubens Ewald Filho
De Volta para a Casa Por Rubens Ewald Filho
| Data: 20/10/2017

Este não foi um bom ano para as comédias americanas, e muitas delas saíram diretamente para consumo em “streaming”. Como se temia fosse acontecer com esta aqui, que ao menos tem a vencedora do Oscar Reese Witherspoon, que tem se esforçado com projetos mais ambiciosos (e que lhe rendeu há pouco um prêmio Emmy pela série Big Little Lies). Mas este projeto aqui é um caso mais familiar, que envolve o casal de escritores e diretores de cinema  Charles Shyer e Nancy Meyers, pais da diretora Hallie Meyers-Shyer (1987), que são especializados em comédia. Operação Cupido (98) foi dedicado a ela. Também fizeram os filmes O Amor Não tem Férias, 06, Um Senhor Estagiário, 15 e Alguém Tem Que Ceder, 03. Mas este aqui é a primeira comédia escrita e dirigido por Hallie, que infelizmente não teve uma recepção muito auspiciosa. 12 milhões de orçamento, está atualmente com 26 milhões de renda, nada mal para os tempos atuais. Tenho que fazer um mea culpa já que no começo de sua carreira e por causa do seu queixo proeminente eu tinha implicado com a Sra Reese, que certamente foi maldade minha, já que ela tem se esforçado em fazer projetos mais sérios e comédias mais tolerantes. Esta eu lamento informar foi das menos apreciadas pela crítica americana (que preferiram na falta de algo melhor a inteligente Doentes de Amor, também previsto para esta semana).

Reese faz Alice, de quarenta e poucos anos, recém separada, que se mudou novamente para Los Angeles, pensando em recomeçar tudo de novo. Como se fosse o conto de fadas da Goldilocks e os Três Ursinhos, ela permite que um trio de jovens que há pouco passaram da adolescência, e que agora tentam carreira no show business, se hospedem em sua casa (no lugar dos hóspedes) no bairro de Brentwood. Eles são simpáticos, aparentam ser bem mais novos do que dizem e sonham em fazer parte de um boy band. E assim começa o romance que ficaria melhor já afirmaram os críticos nas mãos de uma Meg Ryan, Kate Hudson ou Julia Roberts. É justificável se perdoar a inexperiência da diretora (quem ajuda é Candice Bergen, que dá uma ajuda no humor). Mas a sensação que tive lendo algumas criticas é que os jornalistas, em particular os homens é que se opuseram a trama, com certo preconceito comparando com desastres reais (como os incêndios na California, como se algo tivesse a ver).

A verdade é que em geral nesse tipo de comédia romântica despretensiosa as mulheres se envergonham e os homens a castigam simplesmente por ser uma bobagem leve e romântica. Sim, mulher pode sonhar e por que não? É verdade que há um detalhe discutível, que seria a mãe aceitar a presença dos três estanhos com suas filhas adolescentes em casa e ainda dizem também inspirado em fato real.