Crítica sobre o filme "Com Amor, Van Gogh":

Rubens Ewald Filho
Com Amor, Van Gogh Por Rubens Ewald Filho
| Data: 22/11/2017

Este é uma espécie de documentário/ animação que parece ser um caso único no mundo com um filme inteiro realizado como pintura! Que conta a vida do lendário pintor holandês Vincent Van Gogh, parte do charme é que usaram a mesma pintura a óleo dele, e cada fotograma foi pintada dessa forma, cerca de 65 mil quadros, criado por 100 pintores profissionais. A diretora Kobiela é de Varsóvia, fez antes dois curtas e um longa The Flying Machine, o parceiro Welchman ganhou Oscar de curta de animação por Peter & The Wolf, 2006, mas este filme aqui foi premiado apenas em Vancouver e Shanghai. Welchman ainda fez efeitos especiais para filmes como Piaf. Van Gogh nasceu em 30 de março de 1853, na Holanda, e morreu em 29 de julho de 1890 em Auvers-sur-Oise, na França.

Então só pelo resumo já sabem o que esperar. O filme reproduz com muita fidelidade as cores das pinturas de Van Gogh (a única coisa que me incomodou um pouco foi o fato de que todos os rostos dos envolvidos são trabalhados de forma a ficarem mais delineados, e por vezes “desenhados demais”). Na verdade, começa-se a contar sua história um ano depois de sua morte. A partir da presença de Armand, filho do carteiro, que tem a missão de entregar uma carta ao já falecido irmão de Van Gogh. Theo resolve entregar a carta a um amigo de Vincent, o Dr. Gachet, que vive ainda em Auvers. Enquanto o espera encontra muita gente da vila, que poderia ter sido modelos e inspiradores da arte do pintor. E aos poucos vai se interessando mais por ele e as pinturas, assim como a vida trágica do artista.

Ou seja, quase é uma história policial para manter melhor a atenção do espectador ao tentar estabelecer as circunstâncias trágicas de sua morte. (já houve outros filmes sobre o pintor, entre eles o famoso Sede de Viver com Kirk Douglas, Vincent e Theo, de Robert Altman, com Tim Roth, Van Gogh Painted with Words, 2010, Benedict Cumberbatch (para a TV), o famoso Van Gogh, de Maurice Pialat, 91, com Jacques Dutronc. E até o episódio sobre ele, dirigido por Akira Kurosawa com Martin Scorsese, no papel do pintor.

Longe da perfeição, por vezes este filme se torna um pouco repetitivo e mesmo redundante. Mas quem ama o artista irá admirar a difícil recriação de sua obra e cores. Por isso merece sua atenção.