Crítica sobre o filme "Thelma":

Rubens Ewald Filho
Thelma Por Rubens Ewald Filho
| Data: 07/12/2017

Foram revelados ontem os finalistas a premiação dos prêmios dos críticos americanos, chamados Critic´s Choice e que é sem dúvida o menos respeitado de todos do gênero. Ainda assim é curioso ver que na categoria de filme estrangeiro que o brasileiro ficou de fora, como se temia, entrando em seu lugar filmes que até por aqui começavam a ser reconhecidos, a saber o inteligente e humorístico The Square da Suécia de Ruben Ostlund (que irá estrear breve por aqui), In the Fade de Fati Akin, da Alemanha e França, com Diane Kruger, previsto para chegar no Brasil em 8 de fevereiro, First they Killed my Father (o bom filme dirigido por Angelina Jolie, que você já pode assistir pela Netflix!), Uma Mulher Fantástica/ A Fantastic Woman de Sebastian Lello, do Chile com Daniela Vega e Francesco Reyes que já esteve em cartaz por longo período aqui e deve voltar, e o francês BPM Beats for Minute/12 Batimentos Por Minuto, de Robin Campillo, com Nahuel Perez Biscayart e Arnaud Valois, sobre a crise da Aids. E outro filme que está em cartaz neste momento em nossos cinemas, com boa repercussão que é o Thelma (coprodução entre Noruega, França, Suécia e Dinamarca, mas os diálogos são noruegueses).

Para gostar deste filme é preciso antes de tudo aceitar que ele tem inegável semelhança com o Carrie, a Estranha, 1976, de Brian De Palma e Stephen King. Naturalmente como é escandinavo tudo é mais gelado, distante, “cool”. Ainda que lésbico! Mas basicamente a história é a mesma, uma garota chamada Thelma, que vive com os misteriosos pais (ele é médico) numa região distante e fria (a mãe está na cadeira de rodas não se sabe porque). A moça bastante bonita vai para uma faculdade moderna estudar biologia, mas logo começa a ter ataques de algo não identificado. Mas também faz amizade com uma colega bem interessante chamada Anja que lhe vai abrindo as portas para a vida noturna, bebida alcoólica e maconha. Mas isso não importa muito na história, o fato é que as duas logo estarão se beijando e Thelma, começa a ser feliz (apesar da pressão familiar e também das constantes crises que sofre).

O ponto mais forte do filme na verdade é a elegância da direção e fotografia que apesar do ritmo lento, deixa sempre a gente com um visual atraente. E depois o romance das meninas é igualmente agradável. Quando vira a primeira hora é que começa realmente a história e vamos desvendando o mistério (a cena inicial era a única a dar uma dica!). Não quero explicar muito nem estragar o trabalho desse diretor chamado Joachim Trier, que descende de família de cinema e que cujos todos os longas, passaram por aqui ainda que em Festivais: Começar de Novo (06), Oslo, 31 de agosto (11), Mais Forte que Bombas (15), o único que assisti (que tinha Jesse Eisenberg e Isabelle Huppert).

Não há surpresa em que ele seja um realizador frio e esteta. O fato é que tudo se torna mais forte e interessante na parte final, o que deve lhe conferir uma interessante carreira.